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Nó Tático

Mesmo sem subir, existe costume em jogar a Série D

Há mais de uma década, os fracassos calejam e dão cancha para o DF na competição

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Sobre a Série D, há dois fatos. Um: estamos de saco cheio de apenas jogá-la. Dois: há a certeza de que alguma hora o DF sairá dessa. Isto se evidencia em um comparativo que pode ser feito com o cotidiano, com a vida comum em si. Ora, independentemente da idade que você, leitor, tenha, sabe que até chegar ao ponto atual (satisfeito ou não) teve de passar por alguma dor.

“Virou uma coluna de psicologia, Paulo?” Não. Vou explicar. Nos 12 anos seguidos afundados na menor divisão do futebol nacional, algo aprendeu o futebol de Brasília com seus fracassos e decepções. Sobre atos de dentro e fora do campo e em como isso impacta na casca que um time consegue ao jogar uma competição tão cruel assim.

É inegável, além do crescimento local, que o Ceilândia tem essa cancha, experiência, know-how, como queira chamar. E não apenas porque é o time candango da edição 2025 com mais edições disputadas, mas sim porque soube criar histórias tanto no Brasileiro quanto na Copa do Brasil.

Resistiu a hostilidades “de boas vindas” a visitantes, como na fria Caxias do Sul (onde empatou sem gols, apesar de cair no Abadião nos pênaltis em seguida, nas oitavas de 2023) ou nas tantas viagens do grupo regional da primeira fase, como a feita a Goianésia no último domingo (20/04).

Mesmo sem os mesmos atributos, o Capital dava boa pinta de fazer igual ou melhor, pelos feitos da Copa do Brasil, onde aguarda o Botafogo (“apenas” campeão brasileiro e da América), na terceira fase. E que não se leve como plena crítica: o Coruja ainda tem “de tudo” para ascender o futebol candango, por fim: o que não se pode negar é que as relações com os técnicos não tem sido nada boas do lado tricolor ao longo deste 2025. E isto preocupa demasiadamente.

Sinceramente, me preocupa se o time do Paranoá precisará fazer ajustes maiores do que o próprio Roberto Fernandes precisa fazer. Isso se nota. O Ceilândia também sabe que precisa fazer. O score da estreia de ambos não é maravilhoso: enfrentaram times da parte baixa do Campeonato Goiano e o sofrimento foi claro.

Um Capital devidamente ajustado poderia, sim, ter vencido a quase rebaixada Aparecidense. A preocupação do Gato Preto, no resultado, foi o risco de perdê-lo justamente diante do descendido Goianésia, mesmo em sua casa. São luxos que, para quem quer subir de vez, não se pode dar.

Narrador Esportes Brasília desde 2022; Currículo com duas Supercopas do Brasil e uma Copa do Mundo, além de extensa cobertura do futebol, futsal e basquete da capital federal; Colunista EB no Nó Tático e apresentador do Segundou Esporte Clube, às segundas-feiras.