Nó Tático
De Datena a Junqueira, a vergonha é nossa
Política de novela escancara descaso com a população brasileira no geral, entre os debates e estádios
Escrito 8 meses atrás em
Por Paulo Martins

O ridículo acontecido no debate dos candidatos à prefeitura de São Paulo deste domingo (15/09) apenas expressa a realidade política do Brasil. Lamentavelmente, entre cadeiras, omissões e acusações baratas em púlpitos ganham mais cena do que o descaso de candidatos e efetivos no Poder Executivo.
Acompanhar a política brasileira é uma novela. Quem me conhece pessoalmente já ouviu algo nesse sentido. Observe: quem assiste a uma novela nada ganha, gasta energia elétrica, olha alguma história e no máximo garante seu entretenimento. Ainda assim, custa. Custa como os tantos e altos impostos que temos e nem sabemos bem porquê pagamos. Sobretudo sem os retornos sempre prometidos e rara vez cumpridos.
Precisou que a precariedade ficasse mundialmente exposta para que o secretário Renato Junqueira tivesse “vergonha”, “constrangimento”, como tenha dito, para buscar algo distinto para o Estádio Augustinho Lima. Na última semana, a própria Secretaria recebeu recursos para reformar o GRAMADO do local. Sim, em caps lock: O GRAMADO. Pelo visto, Caio Bonfim terá de se superar na mesma pista de submundo para ter outra medalha olímpica.
Isto, sem falar no Adonir Guimarães, certamente já esquecido a essa altura. Em contrapartida, foi dito que os gramados de Bezerrão e Rorizão, além de iluminação no Abadião, seriam novidade. Coisa de ver para crer. O estádio da Samambaia, por sinal, teve denúncias da situação de pocilga pelo presidente do Legião, Jaime Corso, ali pela Segundinha 2023. No Candangão 2024, o mesmo “solo” (se podemos assim dizer) recebeu partidas. Basta clicar para notar o pasto.
Em tempos eleitorais, para o resto do país, nota-se a manutenção da política de migalhas como suficiência. Criticado de muitos e muitos anos, o lugar onde existiu grama no Estádio Serra do Lago permanece no mesmo status. Quem segue a sofrer é a bola, e agora de noite: o estádio voltou a ter iluminação. Que evolução. Sem dizer em que o palco que deveria ser vetado em efetivo pela Federação de Futebol do Distrito Federal foi mantido pelo plantio de uma grama e pela instalação de uma caixa d’água em pleno inverno do Centro-Oeste, à espera do milagre da chuva em meio à fumaça.
Indo para um outro lado já esquecido pelos brasileiros a esta altura, sobretudo pela cadeirada de Datena em Marçal, o Rio Grande do Sul terá seu feriado local na próxima sexta-feira. O aniversário da Revolução Farroupilha encontra-se com o desamparo e destruição. E assim segue: deixado de lado, enquanto o presidente protege um genocida enquanto acusa a outro do mesmo. É o 20 de setembro dos mais (senão o mais) triste da história gaúcha. E toda a história se escreve pior a cada dia: no esporte daqui e na política do mundo todo.
Narrador Esportes Brasília desde 2022; Currículo com duas Supercopas do Brasil e uma Copa do Mundo, além de extensa cobertura do futebol, futsal e basquete da capital federal; Colunista EB no Nó Tático e apresentador do Segundou Esporte Clube, às segundas-feiras.


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