Nó Tático
Scaloni rei de copas e a diferença de escola de técnicos entre Brasil e Argentina
Escrito 10 meses atrás em
Por Paulo Martins

Aqui eles são culpados de um tudo no mundo. É onde recaem primeiro as derrotas, as más-fases, é de quem primeiro se pede a cabeça. Igual é o que, em alguns conturbados momentos põem cara à situação e encaram (até a tapa) quem preciso for. Estes são os técnicos. Parte menos romântica e claramente mais periférica aos olhos de quem se encanta pelo futebol.
Copa América e Eurocopa se finalizaram neste domingo (14/07) com uma coincidência interessante. Dois técnicos formados desde as categorias de base foram campeões com as suas seleções depois de efetivados. Lionel Scaloni mantém a escrita da Argentina e da “Scaloneta”, fazendo da Albiceleste a maior campeã do continente. O mesmo fez Luis de La Fuente pela Espanha, dando o tetra da Euro e devolvendo à Roja os dias de futebol envolvente e vencedor.
É mais: se trazemos para o contexto do nosso continente, o treinador da atual campeã do mundo conseguiu pela primeira vez na história fazer que uma seleção ganhasse quatro títulos seguidos, entre todos os possíveis. Justifica-se a demanda por platinos nas seleções sul-americanas (seis de dez das atuais Eliminatórias) e até como os mesmos, desde 2011, eliminam o Brasil da Copa América.
Sim, todos foram argentinos: Gerardo “El Tata” Martino (2011, pelo Paraguai), Ricardo “El Tigre” Gareca (2015, com o Peru), Lionel Scaloni (na final de 2021) e Marcelo “El Loco” Bielsa (na atual edição, com o Uruguai).
Aqui, há quanto tempo se rodam nos mesmos nomes para os mesmos fins? Vanderlei Luxemburgo, Abel Braga, Felipão, Geninho, Emerson Leão, Celso Roth… são só alguns nomes que vira e mexe passaram por diversos times. Algum deles já fez você passar raiva. Com sorte, outros vingam e não vingam, como Fernando Diniz, Jair Ventura e Roger Machado. São só exemplos de como não há saco para técnicos nacionais.
E a culpa é do próprio futebol brasileiro. É por isso que se vê tanto português e argentino por aqui. Porque são escolas que formam técnicos pelo futebol como ele é: uma paixão teórica, tática, técnica e prática. Não por hobby, como futevôlei. É por isso que quem está amarrado no Nó Tático, com o perdão do trocadilho, são os próprios brasileiros, inventores do termo.
Narrador Esportes Brasília desde 2022; Currículo com duas Supercopas do Brasil e uma Copa do Mundo, além de extensa cobertura do futebol, futsal e basquete da capital federal; Colunista EB no Nó Tático e apresentador do Segundou Esporte Clube, às segundas-feiras.


Brasília receberá jogo pela terceira fase da Copa do Brasil

Em jogo de tempos distintos, Brasília perde segunda para o São Paulo no Nilson Nelson
