Pela segunda vez seguida, o Estádio Nacional de Brasília foi o encarregado do novo recorde de público no futebol brasileiro. Neste domingo (22/09), 64.848 pessoas assistiram à vitória do Palmeiras pela mínima contra o Vasco, superando os mais de 62 mil que viram Flamengo 2 x 1 Criciúma.
Por escândalo, note-se a diferença do futebol de primeira divisão para o Distrito Federal, apenas o que se viu no Mané Garrincha é capaz de superar (ou ao menos igualar) o público anual da maior torcida da capital. Trata-se de estimativa, uma vez em que os borderôs nem sempre se indicaram propriamente críveis em jogos do Gama no Bezerrão. Levando cerca de 10 mil por jogo, com seis jogos em casa, o clube vendeu cerca de 60 mil entradas no ano.
Maior exemplo disso foi no maior público do Candangão, ali pela quinta rodada, quando cerca de 12 mil gamenses viram o triunfo alviverde por 2 x 0 sobre o Brasiliense. Entretanto, o número oficial (se bem merecia aspas ou “extra” como prefixo) marcaram pouco mais de oito mil presentes. Curioso que na reestreia do estádio, nos 2 x 0 sobre o Planaltina, visivelmente havia menos gente, mas 10 mil de público. Coisas daqui.
Tão candango quanto mentir o público. Tão candango quanto festejar calendário como título. Tão candango quanto fazer lobby para o futebol de fora. Uma vez mal se veem gramados funcionais aqui (seja em temporais, seja em tremenda seca), se investe mais na estrutura para receber jogos de fora do que no esporte daqui, incluindo os cartolas de diferentes modalidades que sempre são vistos no Mané, mas que se notam pouco na efetividade de suas instituições esportivas.
Há quantos anos se ouve que o ano seguinte será melhor? Que se prometem grandes equipes e projetos para subir de vez o futebol daqui? O que, sim, ouvimos, é que todos os anos vem o maior Candangão de todos os tempos. A melhoria se resume aos estaduais, que em todo o país são o nicho de competição de menos prestígio, exceto aqui.
A única mudança de verdade foi a do gramado da “Arena”. O que convém é receber Vasco, São Paulo, Palmeiras, Botafogo, qualquer de fora, menos os daqui. É o pior mau-costume dos “manda-mais” de Brasília: “‘venha a nós’ e ‘o Vosso Reino’, nada”, como o dito popular. Popular para o povo de fora.
