Nó Tático
Gallardo justifica apelido de “Napoleão” no clímax da temporada
Volta do técnico ao River Plate repete o ator histórico de um dos apelidos do novo comandante do Millonario
Escrito 9 meses atrás em
Por Paulo Martins

Depois de muito tempo, para melhor pontuar, desde o começo do novo século, o fim dos anos 2010 representou a volta de grandes técnicos como ídolos em diferentes times na América do Sul como marca fixa e definitiva. Um deles se marcou para todo o mundo: Marcelo Daniel Gallardo. De 2014 a 2021, o treinador foi marca da fase mais vitoriosa do River Plate, reafirmando o clube como um dos maiores do mundo.
Foram duas Copas Libertadores, uma Sul-Americana, três Copas Argentinas e dois Campeonatos locais. “Muñeco” até chegou a ser comparado, certas vezes, com Carlos Bianchi, técnico que mais venceu a Libertadores (4) por Vélez e Boca. Sua ida ao Oriente Médio seria uma ruptura no Monumental de Núñez. E assim foi. Por mais que a hegemonia financeira e econômica tenha se valido, um outro referente como jogador – Martín Demichelis – sequer foi páreo.
A imagem de líder carismático, protetor de ideais de identidade própria, de presença e postura nas conferências de imprensa e no banco de reserva o fizeram o líder que uma terra arrasada precisava. Como a França conturbada pela Revolução, o Millonario ainda em ares de recuperação após o trágico rebaixamento de 2011 precisava de um nome à altura. E seria seu ex-camisa 10, campeão da América como meia em 1996, sob o comando de Ramón Díaz.
Vencido depois da glória de ter batido nada menos que o arquirrival Boca Juniors em uma final de Libertadores, o técnico precisou de outros ares, sem saber que seus ares não seriam outro senão os seus. Napoleão voltou ao River Plate. E em um momento crítico do ano, como se precisava. Mesmo com Demichelis, se temia uma eliminação contra Talleres, Colo-Colo ou Júnior de Barranquilla, em um caminho que soa viável ao único elenco capaz de peitar os brasileiros na atualidade.
Esse mesmo time caiu nos pênaltis alternados contra o Internacional que cairia para o campeão Fluminense. Era caminho. Era Waterloo, mas sem Bonaparte. A batalha final do eterno River de Gallardo ainda está distante. Afinal, ele recém volta. Está no seu lugar, onde esteve longe apenas quatro anos. A hora é de combater outra coalizão rumo a outra copa. Parece impossível até que se torna real: essa foi a França de Gallardo e esse é o River de Napoleão.
Narrador Esportes Brasília desde 2022; Currículo com duas Supercopas do Brasil e uma Copa do Mundo, além de extensa cobertura do futebol, futsal e basquete da capital federal; Colunista EB no Nó Tático e apresentador do Segundou Esporte Clube, às segundas-feiras.


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