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Nó Tático

As coisas como são, mais do que como estão

Escrito em

Paulo Martins

“Sob a capital um céu escuro em plena tarde de domingo” foi parte do enredo do prato forte da rodada no estadual do DF. Em uma batalha na água, apesar do bom estado do gramado no JK, a Coruja abateu o Periquito na batalha aérea.

Mas apesar dos gamenses infiltrados cantando e pulando na chuva contra os tricolores protegidos nos toldos, a história a se contar tem um preocupante, mas não novo ingrediente. Por mais que se gritasse o gol de Deivão, a cobertura da partida encontrou condições complicadas.

É infelizmente natural que a imprensa seja jogada para o escanteio, quase que literalmente. Somos sempre taxados de cornetas e canhotas automaticamente por quem não faz a menor ideia do papel fundamental exercido pelos profissionais.

Igualmente profissionais como o campeonato que se diz de futebol profissional, mas entrega subcondições para que se conte a história como ela é. Havia apenas três mil no JK, outros tantos gostariam de ali estar e presenciar tal duelo.

Vai além de Capital, Gama e qualquer que seja. É uma doença contínua de menos ética no futebol local. O combinado, por lei e acordo, costuma sair caro sempre para algum lado por aqui.

A imprensa, a verdadeira imprensa, não tem donos para trocar fatos. Tem gente que arrisca a saúde e a sorte, usando saco de lixo e backdrops antigos para proteger o caro equipamento para cobrir o futebol. Coisa fora de conta para quem tem interesses divergentes dos torcedores, maior bem do esporte.

Termino citando o grande cantor argentino Gustavo Cerati, na canção Vencedores Vencidos: seu refrão conta um “ensaio geral para a farsa atual. Teatro antidistúrbios”. Nenhuma condição pode parar o cronismo esportivo.

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