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Nó Tático

A realeza e o futebol

Escrito em

Paulo Martins

Nesta semana tivemos dois eventos remetentes à monarquia e sua cultura expressiva: a morte da Rainha Elizabeth II e a Independência do Brasil. Porém, o que a bola e a coroa têm a ver além dos inúmeros times com nome Real na Espanha?

Sem confirmação, Elizabeth II era torcedora do West Ham: um time popular e simpático dos tantos que há em Londres. Das mesmas características que Sua Majestade. Daí se vê que o esporte também pode moldar seu caráter.

Se você ainda não sabe, foi um monarca quem libertou o Brasil. E por mais que Dom Pedro I não tivesse sido contemporâneo do futebol, acredito que ele apreciaria o esporte. Assim como o seu coração, torceria pelo Futebol Clube do Porto, que leva em seu escudo fatores que lembram os feitos heroicos de Dom Pedro IV de Portugal, como o “Dragão” (conhecido como a Serpe da Casa de Bragança) e o escrito “Invicta”, pela cidade que não caiu contra seu irmão Miguel, na guerra civil após a Revolução Liberal naquela mesma cidade.

Por fim, por que há tantos times chamados Real na Espanha? Claro, por identidade da população local pela identidade com a monarquia (de certa forma, forçada, pois há certa divisão neste tema na sociedade espanhola até hoje). Deixe-me contar quantos “Reais” conheço: Madrid, Murcia, Betis, Espanyol, Mallorca, Racing de Santander, Las Palmas, Oviedo… O que foi república a nem 100 anos antes, aprecia, de fato, um sistema de reis.

De volta ao Brasil, um dos times mais populares e de índole voltada para o povo, também foi clube Real. O Vasco da Gama foi agraciado como “Real Club de Regatas”, nos últimos anos do Reino de Portugal, mesmo sem ser um time lusitano. Queiram ou não, a monarquia é presente demais onde quer que se passe, além do que se percebe. Não só quando um ícone como Elizabeth II morre.

Coluna publicada esta semana, excepcionalmente, na quarta-feira. A “Nó Tático” sempre vai ao ar sempre às segundas-feiras.

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