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Nó Tático

A história de redenção de Bruno Coelho

Escrito em

Paulo Martins

O jornalismo esportivo de Brasília nem sempre tem histórias belas para contar. Suspeitas inúmeras de atos ilícitos, cisma de dirigentes com a imprensa e status e estádios precários fazem parte dessa rotina.

Entretanto, o Estádio da Chapadinha viu no último sábado (29/9), um enredo diferente. A passos de formiguinha, com o esforço de ter novamente o próprio estádio, o Brazlândia conseguiu algo inimaginável por diversos conceitos. Pela rodada final dos grupos da Segundinha, venceu e fez o saldo necessário contra o Riacho City, montado com a base do Real Brasília, campeão da elite em 2023.

O nome de Bruno Coelho surge como mentor de toda essa história. Suspenso nas semifinais, o técnico da Garça tratou com a fé e a garganta desde as tribunas de honra a epopeia para a classificação ao mata-mata.

A Esportes Brasília fez três perguntas ao treinador no pós-jogo, sobre o feito recém-acontecido. Confira, na íntegra, a entrevista:

Depois de toda euforia, você vê como uma redenção essa classificação?

Tivemos problemas no início da competição, com muitos atletas fora pelo BID (Boletim Informativo Diário da CBF), acabamos perdendo pontos e ficando um pouco atrás. Fizemos algumas boas partidas, mas errávamos muitos gols. A equipe estava jogando bem, mas não conseguia converter as oportunidades. Perdemos um jogo contra o Greval, que não podíamos perder, acabou nos prejudicando. Mas em nenhum momento nós deixamos de acreditar no nosso trabalho, era difícil, o Riacho tem uma boa equipe, qualificada, mas conseguimos apertar eles no ataque. No primeiro tempo conseguimos criar as oportunidades e fazê-las, então eu só quero agradecer ao pessoal por nunca desistir e acreditar no meu trabalho. Eles ficaram firmes e fortes comigo. Disputamos três competições do sub-20, nas três chegamos ao mata-mata e agora no profissional também. Acho que nosso trabalho está ótimo, conseguimos levantar o Brazlândia, que não vinha ganhando nos últimos anos. Vamos fazer ainda mais e pedir que a torcida volte aqui ao estádio, vamos fazer força para abri-lo no próximo jogo, porque nós trabalhamos muito e merecemos esse respaldo da torcida.

Teve um pouco de mística pelo gramado que hoje ajudou no gol da vitória. Você acredita que isso pode ajudar no acesso?

O Brazlândia se faz forte na Chapadinha. Aqui, no sub-20, fomos fortes e na Segundinha vencemos os três jogos aqui. Parecia que não ia dar no final, o jogo estava se enredando, eles desde o início fazendo tempo e o goleiro acabou falhando. Graças a Deus (risos). Vamos trabalhar forte para a Chapadinha nos ajudar novamente no próximo final de semana, contra o Ceilandense.

Como é essa coisa de trabalhar durante a semana e ficar na tribuna durante os jogos? Essa simbiose é tão grande que o time consegue te entender?

Eu e o Gabriel (Duarte), o auxiliar, somos amigos há mais de dez anos e trabalhamos juntos há oito. Moramos juntos há três, por trabalhar no Brasil de Pelotas e agora aqui e nós nunca brigamos. Ele já me conhece: quando sabe que eu estou bravo ou algo assim, ele já observa. Ele me vê, a gente faz sinais e dá certo. Conversamos muito em casa, não temos tanto o que fazer. Durante a semana eu converso muito com os atletas e tá dando certo. É muito trabalho, fomos abençoado por aquilo que fazemos além do campo. Agora é lutar para subir.

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