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Futebol

Mil cruzamentos e fim da linha: Brasiliense é eliminado da série D

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Ceilandia x Brasiliense

Jogando diante do seu torcedor, neste domingo (23), o Brasiliense viu a vaga para as oitavas de final da série D escapar e o estádio ser depreciado. Após a derrota de 2×1, onde o time mal teve chances de marcar, membros da torcida organizada quebraram vidros de algumas portas na área de camarotes. Do lado do Vitória/ES, essa foi o segundo triunfo jogando longe de seu estado, o segundo no DF.

Jogador consagrado, Maikon Leite, que entrou no intervalo da partida, lamentou a derrota. “O primeiro gol matou a gente. A gente não esperava aquele gol início. Depois eles se fecharam. A gente tentou bastante, mas aqueles primeiro gol realmente foi um banho de água fria”, disse. Alex Murici, vaiado pela torcida, criticou o time. “Faltou tudo, cara. Como que a gente entra para jogar assim?”, finalizou.

O jogo demostrou, desde seu início, que seria difícil para o Jacaré. Após um início sonolento, o Vitória abriu o placar logo aos 14 minutos do primeiro tempo. Watson cruzou na cabeça de Cássio, que balançou as redes dos donos da casa. Quase em sua totalidade apoiando o Brasiliense, os torcedores se calaram por pouco tempo. O gol baqueou a equipe que buscava, até de certo modo afobado, o gol que daria tranquilidade no jogo.

Mas, em tom de desespero logo no início do jogo, imposto pela eliminação parcial, o time de Ricardo Antônio se lançou ao ataque e cansou de apostar nos cruzamentos para dentro da área. E Ferrugem, Léo Breno e Harrison saíram consagrados de tantas bolas que tiraram de perto do gol. O primeiro tempo acabou assim. Mil cruzamentos, nenhum gol e vaias da torcida.

Mudanças de lado, mas não de postura. A segunda etapa foi toda do Brasiliense, total pressão, volume de jogo…  Mas e as chances? Até os 40 minutos, nenhuma de impacto. Quem teve uma espetada e aumentou o resultado foi o Vitória. Aos 33 minutos, Carlos Vitor aproveitou a ajuda de David Manteiga, que tentou acertar a bola e acabou derrubando Badhiuga, chegou na cara de Edmar Sucuri e aumpliou o marcador.

Nesse ponto, a torcida já estava impaciente e demonstrava o que veio no final: raiva e irritação com o time e a diretoria da equipe. Foram duas derrotas na final do Candangão para equipes com menos investimentos, sendo a última para o Gama, duas eliminações na Copa do Brasil, e na série D do ano passado, com dinheiro investido digno de times de série B, ou até mais alto.

Aos 40 minutos, veio um toque de esperança. Após Alex Murici, vaiado no segundo tempo, cruzar na cabeça de Aldo, o Brasiliense diminuiu e chegou a flertar com o empate. Porém, firmes em sua estratégia, o Vitória se segurou, administrou e se classificou.

Após o apito final, começou a confusão. Indignados, os torcedores começaram a depreciar o estádio, quebrando vidros e arremessando objetos das arquibancadas. A polícia entrou no conflito atirando balas de borracha, bombas de efeito moral e spray de pimenta. Sobrou para todo mundo que estava presente no local: torcedores, jornalistas e funcionários do estádio. Uma confusão lamentável que continuou do lado de fora do Serejão. Uma torcedora passou mal e foi acudida por colegas, enquanto outros só se importavam em brigar.

Paulinho, vice-presidente da Torcida Facção, criticou o time. “Esse técnico é muito ruim, mas pior ainda é quem colocou ele lá. Nós fizemos nossa parte enquanto torcida. Se perdesse para um time ruim, tudo bem, mas esse aí vai perder do Ituano”, disse. Ao final da entrevista, ele ainda criticou a polícia do DF. “Esses policiais são muito despreparados. Nem se preocuparam com quem estava aqui”, falou se referindo às mulheres e as crianças nas arquibancadas.

SÉRIE D 2019 – SEGUNDA FASE
BRASILIENSE 1×2 VITÓRIA/ES
23/06/2019 – ESTÁDIO SEREJÃO – TAGUATINGA

Árbitro: Alisson Sidnei Furtado/TO
Auxiliar 1: Fábio Ferreira/TO
Auxiliar 2: Cipriano da Silva Souza/TO
Quarto árbitro: Maguielson Lima/DF

Cartões amarelos: Jarles, Pernão, Ferrugem, Harrilson, Emerson(Vitória/ES), Aldo e Badhiuga (Brasiliense).
Cartões vermelhos: Não teve.

Gols: Cassio, aos 14 minutos do primeiro tempo. Carlos Vitor, aos 33′, e Romarinho, aos 40′, do segundo tempo.

Público: 880 pagantes
Renda: 5.550 reais

BRASILIENSE
Edmar Sucuri; Alex Murici, Lúcio, Badhiuga e China (Mirandinha); Aldo, Fabinho (Peninha), David Manteiga e Tchô (Maikon Leite); Michel Platini e Romarinho.
Técnico: Ricardo Antônio

VITÓRIA/ES
Harrison; Cássio, Ferrugem, Léo Breno e Emerson; Nick (Barboza) Thiago Ramos, Carlos Vitor e Watson (Gianlucas); Jarles (Thainler) e Pernão.
Técnico: Valdir Bigode.

Gabriel Lima é jornalista e editor executivo da Esportes Brasília. Já cobriu uma Copa do Mundo da FIFA (2019).

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