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Queda do Brasília no NBB é reflexo de erros mínimos

Poucos erros da temporada dão fim ao que se chamou de sonho, mas sendo apenas uma saída do precipício

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A eliminação do Brasília no Novo Basquete Brasil (NBB) foi, sim, merecida. Igual de precoce. De qualquer forma, é injusto trazer para uma análise de fim de temporada apenas o contexto do que foi o ciclo 2024-2025 do time celeste. Desde a infeliz saída da liga e o recomeço desde a Liga Ouro, foi, sem dúvidas, o melhor ano do tetracampeão nacional, mesmo alcançando o igual resultado da temporada 2018-2019, na última queda nos playoffs, naquela ocasião para o Corinthians paulista.

Durante a temporada regular, o time da capital federal foi o que mais matou bolas de três pontos. Este quesito foi ausente no jogo 2 da série de oitavas de final contra o São Paulo, onde o time protagonizou apenas 19% de aproveitamento: sete acertos de 37 tentativas. Isso levou ao miserável fato do time ter feito a segunda pior pontuação de um time em um jogo de playoff do NBB em toda a história. Além disso, o time foi o quinto melhor mandante da temporada regular, empatado com o União Corinthians, e o quarto melhor visitante, junto de Vasco, São José e Paulistano.

A última vez em que o Brasília Basquete teve uma temporada regular tão boa foi na temporada foi no terceiro lugar da temporada 2013/2014, onde o time do hoje técnico do Flamengo Sergio “Oveja” Hernández foi varrido pelo São José. Foi a temporada do último título do Sul-Americano que tem a equipe. À época, a seca de títulos nacionais era apenas de duas temporadas, uma vez que o mesmo São José foi derrotado pelo time de José Carlos Vidal na final única da temporada 2011/2012, fechando um inesquecível tricampeonato.

Se bem o time de hoje fez o torcedor ter um gostinho de relembrar as grandes glórias do passado, o resultado das derrotas se baseou em breves erros. Infelicidade ou não, foi um erro a vinda de Anderson Rodrigues: um pivô nulo como não se viu em Bauru, onde gerou expectativa. Caso Brasília passasse, poderia ver quão feio seria o atropelo para o hoje titular do Dragão: o competente ex-Cerrado Andrezão.

Igual, não se pode culpar o treinador Dedé Barbosa e forçá-lo a jogar sempre sem pivô, como no êxito do jogo 3. É como jogar sem atacante no futebol, um risco muito grande. Se bem mais risco era tê-lo em quadra. O time rodava bem o elenco, mas apenas entre os chutadores. Estranhou que Guilherme Magna tivesse tão pouco tempo de quadra, podendo ser um step para o pivô titular. As lesões romperam, também, a dinâmica do entrosamento e desempenho durante o segundo turno, comprometendo o nível e classificação.

Chorado o leite derramado, os olhos agora passam para o futuro. E é difícil ver esse futuro sem o ator principal do sucesso e da sobrevivência deste time, que é o técnico Dedé Barbosa. Sem ele, o basquete de Brasília estaria, mais que sem esperança, morto. A intertemporada, antes de qualquer atleta, passa pela continuidade dele na prancheta. Claro que a manutenção de gente que aguentou o rojão de salário atrasado e voltou, mas sem um mentor, tudo voltaria a um zero incerto para um futuro que pode ser competitivo.

E isso também foi possível por um outro detalhe fundamental: a transição do patrocinador, do BRB para a Caixa. Se bem é lamentável ver que um banco da cidade não apoia o esporte, ter um apoio de um agente mais interessado, como o patrocinador oficial do campeonato, faz a diferença pelo menos de imagem, vendo o próprio nome um pouco mais alto. Para o futuro próximo, a preocupação segue a mesma: na gestão. Será séria ou como antes? O tempo dirá o que será feito do Brasília Basquete. E tomara que seja para bem.

Narrador Esportes Brasília desde 2022; Currículo com duas Supercopas do Brasil e uma Copa do Mundo, além de extensa cobertura do futebol, futsal e basquete da capital federal; Colunista EB no Nó Tático e apresentador do Segundou Esporte Clube, às segundas-feiras.