Siga Nossas Redes Sociais

Colunas

Qual o preço a se pagar pelo ridículo?

Informação falsa e apadrinhamento desenha preferência nociva ao torcedor do futebol do DF

Escrito em

Será difícil escrever esta coluna. Pode ser um atento contra a profissão, mas, antes de tudo, uma crítica sobre ética. Quanto vale, leitor, a sua vergonha na cara? E isso não é uma afronta a você, torcedor, que nos lê e nos acompanha aqui. É algo simples, que passo a explicar agora.

É bem verdade que é atrativo o preço que o Capital pôs em seus ingressos para o jogo de volta da terceira fase da Copa do Brasil, contra o Botafogo. Não se critica se você vai, para cobrir ou trabalhar, como nós da Esportes Brasília, que vamos acompanhar e levar o jogo para você. Agora, JAMAIS, JAMAIS, iremos impor uma mentira como informação para te vender algo. NUNCA.

Igualmente, não cabe dúvida da preferência clara ao time do Paranoá neste caso. Ora, a grande classificação de um clube candango na Copa do Brasil deste ano, a do Ceilândia sobre o Coritiba, não teve um pingo do alvoroço da goleada do agregado que toma o Coruja do alvinegro carioca.

Além disso, muito me surpreende que meios que se dizem profissionais tenham que mentir para vender mais ingresso. Como se precisasse. Uso a informação como recurso: com ingresso pago, não havia entrada tão barata no Mané Garrincha desde o Gama 2-0 Brasília, pelo Candangão 2023.

É, sim, mentira, que é o “ingresso mais barato de Brasília”, como tem circulado. O Brasiliense vende seus ingressos a R$5, R$10. Que esteja com setores abaixo de R$50, é notícia. E boa. Agora, já pensou o torcedor que vai ver o jogo e paga mais caro pelo estacionamento do que pelo ingresso? Afinal, R$50 é o valor para pôr o seu carro em uma vaga longe do seu assento e para pegar trânsito na saída. Prepare seu bolso e sua paciência.

Ainda mais, ao torcedor que vem ver os reservas dos reservas do Botafogo (não espere ver Savarino, Igor Jesus, Marlon Freitas de cara) saibam que não é a primeira vez que um time de Brasília enfrenta outro da Série A na história. Para quem não sabe ou finge não saber, claro. Afinal, Brasília, Brasiliense e Gama, citados, FORAM times de Série A em carne e osso. E sem mentira.

É, mais que bizarro, lamentável crer que o futebol de Brasília, ao invés do progresso, toma um sentido de mentiras trágicas e cômicas à vez, como o teatro que é levado o cenário nacional de hoje. Um exemplo para não se copiar. E que espero estar errado nesta percepção. Mas que emputece, sim, senhor, e com razão. Você, torcedor, não é palhaço e merece o respeito que veículos como a Esportes Brasília dá.

Narrador Esportes Brasília desde 2022; Currículo com duas Supercopas do Brasil e uma Copa do Mundo, além de extensa cobertura do futebol, futsal e basquete da capital federal; Colunista EB no Nó Tático e apresentador do Segundou Esporte Clube, às segundas-feiras.