Colunas
Como negligenciar uma campanha da Série D?
Crise chega no momento crítico da competição, onde o Capital está a ponto de se perder
Escrito 6 horas atrás em
Por Paulo Martins

Que o futebol é artifício de poder, isso não se pode negar. Sobretudo em Brasília, onde essa prática mostra sentido perverso, com a ferramenta levando diretamente ao objetivo. Vícios que me fazem detestar a cidade, por sinal. Em meio a essa brincadeira, parece que um dos times que representam a capital federal entra para integrar esse papel na atual Série D, mais do que se preocupando em algo mais importante como, por exemplo, subir à Série C.
A atuação do Capital, diante do Goianésia, o que muitos dizem ter sido um jogo de futebol foi, para mim, um purgatório em vida. Nada pior que o capaz preguiçoso. Um time cotado para subir, que está com a responsabilidade de tirar o futebol do Distrito Federal do mais absoluto ostracismo, faz mais do mesmo, podendo fazer do mesmo (dos outros) apenas algo mais.
Em 2025, todos os demais três técnicos trouxeram jogadores solicitados. Apenas Felipe Surian não pôde. Se for porque “a torneira fechou”, coisa que não aparenta justamente pelo nome que veio assumir o banco de reservas, se justificaria.
Falta de pedido, não foi: diferentes jornalistas conservam ou veiculam mais ocultamente o desejo do treinador tricolor. É a maior folha salarial e o melhor futebol de Brasília há duas temporadas. E parece um time que empurra a crise com a barriga pra resolver dentro de dois meses. Mas, assim, Corujinha do meu coração, daqui a dois meses, seu calendário pode acabar. E o pior: por displicência.
A gente reconhece um cenário quando é familiar. Me passa ao sentir que não será este ano, de novo, que não teremos um time ascendendo de divisão. Curiosamente, na hora da terceira maior cidade do país abraçar um projeto sério de futebol, o público é “de Brasiliense”: nem 500 pagantes neste domingo (15/06). E aparentemente porque o torcedor, atento, identifica o que acontece ali.
Um diferencial, sim, observado, foi que o protesto da torcida organizada, ao fim do jogo, na saída do estádio JK, foi pacífico. E justo. Agrego, aqui, que me somo aos protestos feitos pela Alma Tricolor após o empate que, para o meu gosto, elimina o Coruja da competição. E ao Capital, uma sincera recomendação: ao invés de “adotar uma praça”, adote um futebol de um lugar abandonado neste contexto, como é aqui. Pega melhor.
Narrador Esportes Brasília desde 2022; Currículo com duas Supercopas do Brasil e uma Copa do Mundo, além de extensa cobertura do futebol, futsal e basquete da capital federal; Colunista EB no Nó Tático e apresentador do Segundou Esporte Clube, às segundas-feiras.


Organizada do Brasiliense está proibida de entrar em estádios brasileiros por cinco anos

Como negligenciar uma campanha da Série D?
