Futebol
Organizada do Brasiliense está proibida de entrar em estádios brasileiros por cinco anos
Confusões nos clássicos contra o Gama em 2022 e 2025 foram utilizados como argumento pelo Ministério Público
Escrito 4 semanas atrás em
Por Rener Lopes

Foto: Francisco Stuckert/Arquivo EB
Colaborou Rafael Saraiva
Atualizada em 18.06.25 às 17:00
Três anos após a confusão envolvendo torcedores das organizadas de Gama e Brasiliense, no clássico disputado no Mané Garrincha, em que terminou em confusão generalizada, a Justiça determinou uma punição aos adeptos do Jacaré do Papo Amarelo.
Em decisão proferida pela Juíza Grace Correa Pereira no último dia 11 de junho, membros da torcida Facção Brasiliense estão proibidos de entrar nos estádios de todo o país pelos próximos cinco anos, além de ter que manter uma distância mínima de cinco quilômetros dos palcos esportivos.
No caso de descumprimento, a torcida organizada será multada em R$ 20 mil por cada ato. Dentre as penas em que a multa pode ser aplicada está a participação trajando instrumentos que identifiquem a torcida, apoiar outras torcidas filiadas e vender materiais da marca da organizada. Quem for pego em alguma dessas situações deverá ser retirado, de maneira compulsória, da praça esportiva onde acontecer o flagrante.
Os membros também não poderão frequentar sedes sociais, sedes administrativas e Centros de Treinamento do Brasiliense, podendo ser multados em R$ 10 mil por cada ato.
Caberá à torcida organizada fornecer à Justiça uma listagem com todos os associados, com dados pessoais e de contato. Essa relação será encaminhada às Polícias Militar e Civil para que possam fiscalizar o cumprimento das determinações judiciais no caso do Distrito Federal. Em âmbito nacional, a CBF é que deverá repassar a decisão para federações e clubes.
Jacaré também é punido
Na mesma sentença, a Juíza Grace Correa Pereira determinou que o Brasiliense não realize doações e não distribua ingressos a membros da organizada. Caso não cumpra a regra, o Jacaré será multado em R$ 500 por cada bilhete entregue.
O clube também não poderá fornecer apoio financeiro, transporte ou alimentação a membros da torcida organizada, podendo ser multado em R$ 10 mil por cada ato.
Torcida organizada: “fizeram pouco caso”
No processo inteiro de lados divergentes e de muito conflito jurídico, é importante entender todos os lados da história. Com isso, para entender o posicionamento da organizada do Brasiliense sobre a punição, a reportagem da Esportes Brasília procurou a torcida Facção Brasiliense.
Para Naykson, diretor da agremiação, a torcida vem diminuindo a violência gradativamente nos últimos anos, devido a várias reuniões que tiveram com as seguranças públicas do DF. Contudo, em meio a todas as confusões, ele revela que foi apresentado a eles um acordo para que fossem assinados com o discurso de “se forem de acordo, assinem, se não, nos informa”.
“Nós não fomos de acordo porque eles tiram toda e qualquer responsabilidade do órgão de segurança pública do Ministério Público e de todos os órgãos competentes e tranfere toda a responsabilidade para a torcida”, completa Naykson.
Além disso, ele conta que os órgãos públicos “fizeram pouco caso” pois disseram que ocorreria uma reunião para debater o episódio, o que não ocorreu.
“A juíza simplesmente, por livre e espontânea vontade, só puniu a gente, mesmo tendo provas que não fomos nós que começamos, mesmo tendo provas que a briga não foi no nosso lado. Ela puniu apenas porque a gente não quis assinar um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) que tira toda a responsabilidade da segurança com o Órgão Público e joga na torcida, sem ao menos nos ouvir antes. Nós tentamos falar com eles mas eles ignoraram”, finalizou o diretor da organizada.
Jornalista formado pela UCB. Atua na mídia esportiva desde 2006, com passagens por rádios e televisão, como narrador, apresentador e setorista. Tem no currículo três olimpíadas (Atenas 2004, Londres 2012 e Rio 2016), três Copas do Mundo (Brasil 2014, Rússia 2018 e Qatar 2022) e duas Copas América (Brasil 2019 e 2021). Além disso, é CEO Founder da Esportes Brasília Comunicação.


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