Siga Nossas Redes Sociais

Nó Tático

Lugares vazios em uma final cheia para poucos

Escrito em

Premiação rica, transmissão em TV aberta, gala, um palco de Copa do Mundo… quantas coisas não recheiam essa final de Candangão? E quantas coisas também não esvaziam essa decisão em 180 minutos? Isso vai além da ausência dos clubes mais populares (Brasiliense e Gama) ou de uma cobertura ainda mais ampla do que a merecida para uma final de estadual.

As estratégias de campo local, de pressão da torcida e de uso do fator-casa decaíram totalmente para um padrão tíbio de um desfecho. Isso se viu em campo: um Capital que tinha a bola mas não se animava a atacar como de seu costume frente a um Ceilândia com preguiça para contra-atacar e ser letal, como nos gols perdidos por Pedro Bambu e Elbinho, um em cada tempo da ida.

Subestimado pela própria organização – ainda por cima péssima na entrada, dificultando o acesso de torcedores durante todo o primeiro tempo – tardou ainda mais em abrir setores nos escanteios para ambas partes. Muita gente ficou encurralada nas muita grades de isolamento em um gigante Mané Garrincha, pateticamente vazio para um confronto dessa magnitude.

Até mesmo em questão de audiência notou-se em todos os meios de imprensa que cobriram a partida ao vivo, que os números sequer foram os mesmos das semifinais. Ah, lembram-se dos ingressos dados de cortesia para os torcedores em ambas partes? Pois é: sequer 80% dos presenteados compareceu, sendo um reverendo tapa na cara do que é a cereja do bolo do que temos, hoje, como principal produto.

Não vale nada. Assim como cerca de 30% da torcida abdicou de ver os acréscimos e deixou as arquibancadas do Estádio Nacional para não enfrentar as sempre desorganizadas e irritantes saídas do via de regra problemático estacionamento. O melhor da decisão são os quitutes do Mané Mercado, sem propaganda. Um “espetáculo” ridículo bem à maneira do que se faz no Nilson Nelson, mas isso é em outro esporte.

Essa decisão claramente vai valer depois de pagas as contas. O patrocinador verá se compensou (às claras ou debaixo dos panos) fazer esse movimento contra-regulamento para algo que tem mais importância para os que não lucram do que para os que vão terminar com os bolsos cheios após o apito final no sábado. Se é que os donos da grana vão terminar o campeonato satisfeitos em sua ganância.

Narrador Esportes Brasília desde 2022; Currículo com duas Supercopas do Brasil e uma Copa do Mundo, além de extensa cobertura do futebol, futsal e basquete da capital federal; Colunista EB no Nó Tático, às segundas-feiras.

P