Vila Olímpica: O coração dos Jogos Rio 2016

No último dia 15 de junho, a Vila dos Atletas foi entregue ao Comitê Rio 2016. A construção dos 31 prédios foi feita com investimento 100% privado. Cerca de 17.000 atletas irão se hospedar no local durante as olimpíadas e paraolimpíadas. O espaço conta com ampla área de convivência com belo trabalho paisagístico, quiosques ao estilo carioca, área de recreação e um refeitório de grande estrutura montado ao lado. Os atletas também terão acesso a serviços de bancos, correios, cabeleireiro, cafés, floriculturas e lan houses.

Todos os edifícios contam com unidades adaptadas para pessoas com deficiência ou pouca mobilidade e elevadores com capacidade para receber até duas cadeiras de rodas simultaneamente. O acesso ao Centro de Treinamento da Vila será facilitado por uma passagem exclusiva. A Vila dos Atletas ganhou pré-certificação Leed Nd e os selos Aqua-HQ e Casa Azul, pela preocupação com a sustentabilidade durante a construção.

A Barra da Tijuca foi o bairro escolhido para abrigar os milhares de atletas, treinadores, equipes técnicas e todos os profissionais envolvidos nos Jogos. É para a Vila Olímpica que as delegações irão se dirigir quando desembarcarem na cidade do Rio de Janeiro. Lá será o coração dos Jogos e onde os atletas passarão a maior parte do tempo quando não estiverem em provas ou treinos. A diversidade cultural, religiosa e de idioma proporcionará uma grande troca de experiências entre as grandes estrelas do esporte mundial.

Vila Olímpica fica nas regiões de Deodoro e Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro – Foto: André Motta/Ministério do Esporte

E a segurança? O Ministério da Justiça já anunciou que os Jogos Olímpicos terão uma segurança compartilhada: 41% pública e 59% privada. O número é relativo ao número de instalações das Olimpíadas. As forças públicas, no entanto, serão responsáveis pelas instalações de competições, áreas de treinamento, Vila Olímpica e Vila dos Árbitros, o que corresponde a locais onde estarão cerca de mais de 800 mil pessoas – o equivalente a 82% do público dos jogos. A segurança privada vai atuar somente em áreas administrativas.

As Vilas Olímpicas são consideradas grandes legados para o país que sedia os Jogos Olímpicos, no entanto, sabe-se que pelo menos 4 complexos olímpicos foram abandonados. Berlim, Sarajevo e Atenas, símbolo maior dos Jogos Olímpicos, são exemplos de locais que o grande legado das Olimpíadas ficou apenas no sonho. O caso mais recente de abandono ocorreu na Vila dos Jogos de Inverno de 2014, em Sochi, que menos de dois meses após o seu término já havia se transformado numa cidade fantasma. Última sede Olímpica, a cidade russa não resistiu a crise política e econômica da região.

O COI (Comitê Olímpico Internacional) decidiu que a partir dos Jogos Olímpicos de 2016, as Vilas Olímpicas terão um Memorial para os atletas lembrarem os amigos ou familiares já falecidos.

Além do Memorial, será observado na Cerimônia de Encerramento dos Jogos um minuto de silêncio em homenagem aos atletas falecidos durante qualquer edição dos Jogos Olímpicos.

Essas medidas foram aprovadas após as muitas críticas sofridas pelo COI por se recusar a observar um minuto de silêncio em homenagem aos 11 atletas israelenses mortos durante os Jogos de Munique, em 1972 e proibir atletas de usarem faixas pretas em homenagem a amigos ou parentes já falecidos.
Algumas regras do COI proíbem a exibição de mensagens nos uniformes Olímpicos ou no equipamento, pois teme que coloquem mensagens não ligadas aos Jogos ou que usem os Jogos para seu próprio proveito.

Diante de tanto investimento em infraestrutura esportiva e equipamentos modernos com alta tecnologia, esperamos que o país saiba administrar todo o legado deixado com os Jogos. Que nossos estádios, ginásios, pistas de atletismo e demais equipamentos sejam destinados a projetos em prol da população brasileira, contribuindo para a formação de nova geração de atletas