Brasil termina primeira fase com 100% de aproveitamento e aguarda adversário das oitavas

Dyeine Costa, especial para a EB

Não veio goleada em Goiânia, mas o Brasil trouxe chuva e mais uma vitória para os torcedores que compareceram no Estádio Olímpico. Desta vez, a seleção canarinho bateu a equipe de Angola por 2×0.

A expectativa era muito grande dos brasileiros que estavam marcando presença no palco goiano. Se em campo, o time não conseguia abrir o placar, o torcedor fazia sua parte e empurrava os jogadores dentro das quatro linhas.

Olhos vidrados no gramado, e um grito chamou a atenção. Era Fátima Garcia, mãe de Gustavo Garcia. Fátima estava com um cartaz nas mãos dando força ao filho que entrou hoje como titular. Em entrevista à Esportes Brasília, ao falar de Gustavo, não conteve o sorriso e as lágrimas de emoção. “O Garcia é um menino muito bom. Desde cedo a gente tá na luta com ele e, aos poucos, ele tá conseguindo o espaço dele”, disse.

Mas a emoção não ficou somente com Fátima. A mãe do capitão Henri contou como o filho chegou na seleção e a importância que tem esse sonho para a família. “É um orgulho principalmente para mim. Eu como mãe dele acompanhei todas as dificuldades para ele chegar até aqui. Ele sempre levou o futebol com muita seriedade, perdeu sua infância, mas está fazendo o que gosta. E ele treina bastante, se dedica, e claro ele teve que abdicar de muitas coisas para chegar aqui”, relata Helen Fátima.

Mesmo jogando em casa, o Brasil teve dificuldades de sair do sistema ofensivo da Angola. Também pudera, a seleção amarelinha sempre teve dificuldades em jogos contra times africanos.

Apoio não faltou para os atletas em campo e eles corresponderam com a vitória. Além de torcedores, cerca de 80 olheiros acompanhavam a partida no estádio Olímpico.

Feliz ao saber que a mãe estava em Goiânia, Gustavo Garcia falou da importância da presença de Fátima. “Eu não sabia que minha mãe viria, que bom que ela veio e pude estar com ela. Nada é melhor que jogar para ela e minha família”, disse.

Gustavo ainda analisou a partida da seleção nesta sexta-feira. “Foi uma partida muito difícil, como todos já sabíamos. O time da Angola é bastante preparado, mas colocamos o nosso ritmo em campo com alegria, velocidade na bola e, graças a Deus, saímos com a vitória”, destaca.

Quem saiu com sorriso de orelha a orelha foi o atacante Thalles Magno, que fez mais um gol na competição. “Fico feliz, muito feliz e o apoio da torcida deixa a gente muito agradecido. O carinho da torcida comigo faz sempre querer retribuir dentro de campo. A partida foi difícil, mas conseguimos manter a calma, o foco para vencermos mais uma”, afirma.

O Brasil terminou a primeira fase do Mundial em primeiro lugar na chave A e aguarda o adversário nas oitavas de final, a serem disputadas em Brasília.

Primeiro tempo

Nos primeiros cinco minutos, as seleções tiveram que jogar embaixo de uma fina garoa que caia no Estádio Olímpico. Foi um começo de jogo bastante truncado entre as seleções, que articulavam bastante a bola nas suas laterais.

E foi assim que a Angola chegou com perigo aos 12 minutos com David, que recebeu dentro da grande área e, marcado por Luan Patrick, conseguiu ficar livre, girou e bateu na rede, pelo lado de fora. Foi o primeiro susto do goleiro Matheus Donelli.

O Brasil tentava aplicar um contra-ataque veloz pela ponta esquerda, com Talles Magno. Contudo, parava na forte marcação angolana que voltava rapidamente para o setor defensivo.

A Seleção Brasileira só conseguiu chutar a gol aos 19 minutos. João Pedro recebeu a bola na intermediária e, à longa distância, ao notar que o goleiro Cambila estava adiantado, chutou uma bomba que foi parar na arquibancada.

Numa saída do goleiro Matheus Donelli, o arqueiro acionou Luan Patrick que, da defensiva, achou Diego em frente á grande área. O atacante tentou fazer o giro e foi derrubado por Pedro. Na cobrança da falta, aos 26 minutos, Kaio Jorge chutou bem colocado por cima da barreira angolana. Com isso, a bola passou próximo à trave direta do goleiro Cambila, que ficou apenas olhando a jogada.

O Brasil conseguia dominar a bola no setor ofensivo e em jogada aos 29 minutos de Thalles pelo lado direito, o atacante cruza no primeiro pau. Diego, bem posicionado, recebe sozinho, domina e chuta para uma boa defesa de Cambila, que cede o rebote. Na sequência, Diego novamente chega na jogada e cabeceia para mais uma defesaça do goleiro angolano.

O jogo ficou parado por dois minutos após uma denúncia à arbitragem de que a luz de um laser estava vindo das arquibancadas, atrapalhando os atletas em campo. Já nos acréscimos, uma falta para o Brasil pelo lado esquerdo. Garcia levantou a bola no segundo pau, Henri subiu livre e, de cabeça, quase abre o placar para a seleção brasileira.

A seleção de Angola, que se impôs nos primeiros minutos no campo ofensivo, não conseguia sair do seu campo defensivo. No entanto, isso mudou nos acréscimos. Aos 46, descida de Afonso que tocou para David finalizar, obrigando o goleiro Matheus Donelli a colocar para escanteio. Sem tempo para mais nada, o árbitro finalizou a primeira etapa, sem balançar a rede.

Segundo tempo

Sem muita emoção nos primeiros minutos de jogo, o Brasil dominava a posse de bola. Já Angola se mantinha no setor defensivo, esperando um contra-ataque.

Somente aos sete minutos, o Brasil chutou para o gol, mas sem perigo. Angola seguia no contra-ataque e respondeu com Zito. Na sequência, o atacante angolano carregou a bola pelo lado esquerdo, limpou a marcação e chutou, mais uma vez a bola bateu na rede, pelo lado de fora.

O Brasil tentava as jogadas, mas esbarrava na defensiva angolana. Aos 23 minutos, em cobrança de escanteio pelo lado direito, Diego levantou no segundo pau, para subida certeira de Veron, que testou para baixo. Thalles Magno só firmou o pé e a bola foi parar no fundo das redes, abrindo o placar no estádio Olímpico.

Se em campo o Brasil armava as jogadas, na arquibancada os torcedores ensaiavam a “Olá”. E deu certo! A energia contagiante dos torcedores chegou em Gabriel Veron, que ao 31 minutos, em arrancada pelo meio campo, carregou a bola até a meia lua da grande área, passando por três marcadores, e viu o goleiro Cambila adiantado e chutou. O camisa 7 não pensou duas vezes: encheu o pé e marcou um golaço, ampliando o marcador.

A equipe brasileira cadenciou os minutos finais, enquanto a equipe angolana não conseguia ter mais forças para diminuir, final de jogo com vitória brasileira e os dois times classificados para as oitavas de final.

FICHA TÉCNICA
COPA DO MUNDO SUB 17 – 3ª RODADA
Angola 0x2 Brasil – 01/11/2019 – Estádio Olímpico

Árbitro: Andreas Ekberg(SWE)
Aux 1: Mehmet Culum(SWE)
Aux 2: Stefan Hallberg (SWE)

Público presente: 8.203
Renda: 132.635,00

Cartões amarelos: Capita e Afonso (Angola)

Gols: Thalles Magno e Veron

Angola
Camila; Porfírio, Mimo, Afonso e Pablo; Maestro (Maestro), Pedro e Beni (Nelinho); Capita, David (Zini) e Zito.

Brasil
Matheus Donelli; Henri, Luan Patrick, Patryck (Gabriel Noga) e Garcia; Daniel Cabral (Sandry) e Diego; Veron , Kaio Jorge, Peglow (Lazaro) e Talles Magno.