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Futebol

Balanço do Candangão: Gama e Ceilandense caminham a passos largos, mas em frentes diferentes

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O Carnaval não marca somente o início do ano para muitos brasileiros, como diz o ditado popular. É, também, a época que o Candangão chega a sua metade. Até aqui, foram seis, das doze rodadas dessa primeira fase. Como de praxe, já é possível destacar aquelas equipes que se destacam e se mostram favoritas ao título e outras que vão lutar até o final do campeonato contra o rebaixamento.

Nos 36 jogos disputados até o presente momento, foram marcados 115 gols – mais que no mesmo período dos últimos cinco anos. Uma média incrível de 3,19 bolas na rede por partida. Os dois líderes no quesito são os tradicionais rivais Gama e Brasiliense. Enquanto o primeiro fez os goleiros adversários buscarem a bola no barbante 24 vezes, o segundo fez sua torcida comemorar em 20 oportunidades. Do outro lado, Ceilandense, com 01, e Ceilândia com 03, são os dois vilões do ponto alto do futebol.

E, como acontece todo ano, Gama e Brasiliense, líder e terceiro colocado respectivamente, se mostram favoritos ao título. Neste ano, ainda tem a presença do Real, que ocupa a segunda colocação, e Formosa que também está próximo e busca a melhor posição para a fase do mata-mata.

O Ceilandense, citado anteriormente, é a equipe que segura a lanterna da competição, com seis derrotas. O Paranoá também já ligou o alerta, já que soma apenas um ponto. Coincidência ou não, foram as duas equipes que conquistaram o acesso em 2019. O Ceilândia, apesar de uma vitória, exatamente contra a Cobra Sucuri, e um empate também segue lutando contra a degola. Os bicampeões do DF seguem apenas três pontos a frente do Z-2 e um ataque que não consegue balançar as redes.

No quesito artilharia, Gilvan, do Real FC lidera. Foram oito gols em seis jogos. Vale lembrar que o atacante aplicou dois hat-tricks – quando um atleta marca três gols em um jogo – e lidera o quesito. Romarinho, do Brasiliense, vem logo na sequência, com cinco. Curiosamente, todos os tentos do camisa 20 foram marcados na goleada histórica para cima do Ceilandense por 8×0.

Postulantes ao título

Todo início de temporada, é inegável colocar Gama e Brasiliense como os favoritos para levantar o caneco. Neste ano, não é diferente. Os clubes, que decidiram o último Candangão, não fazem feio, principalmente o Periquito. Em seis jogos, a equipe comandada por Vilson Taddei venceu todas. Além disso, foram 24 gols feitos, mais do que em toda a primeira fase em 2019, e apenas quatro sofridos. Uma média de quatro gols por jogo. Jogando pela Copa do Brasil, o Alviverde caiu para o Brasil de Pelotas, mesmo jogando muita bola e merecendo a classificação.

Já o Jacaré, se mantém no pelotão de cima, porém ocupa a terceira posição – atualmente, está atrás do Real FC. É da equipe de Marcio Fernandes a maior goleada da competição – um sonoro 8×0 contra o Ceilandense. A derrota para o clássico, no último dia 15, vitimou o ex-comandante Marcio Fernandes, que entregou o cargo após o revés. A equipe perdeu “clássicos medalhões”, como Reinaldo e Lucio, mas manteve um time competitivo. Em meio ao torneio, também foi eliminado da Copa do Brasil pelo Paysandu, em um jogo polêmico.

O Real FC é uma boa surpresa até aqui. Não podemos deixar de mencionar aqui que, no ano passado, a equipe caiu nas semifinais, derrotada pelo campeão, o Gama, após um quarto lugar na primeira fase com somente uma derrota. Neste ano, são cinco vitórias e um empate, com dezessete gols marcados – um a menos que toda a competição em 2019 – e foi vazado apenas uma vez. A segunda colocação até aqui, assim como as boas atuações, mostram que o time vem forte em busca de uma vaga na final.

Corre por fora

O Formosa-GO vem oscilando no Candangão. Foram quatro vitórias e duas derrotas, o que coloca a equipe com doze pontos, em quarto lugar. O Tsunami do Cerrado soma sete gols nos dois revezes, mas, ao mesmo tempo, saiu com os três pontos contra equipes que eram vistas como muito fortes antes do início da competição, como Luziânia e Unaí. Apesar de tudo isso, o bom trabalho de Heli Carlos vem enchendo os torcedores de esperanças.

Olho na zona de rebaixamento

Nesta metade do Campeonato Brasiliense, assim como vemos equipes que estão andando a passos largos para a segunda fase e favoritos ao título, há também aqueles que estão ameaçados com a degola. Entre os mais desesperados, estão as duas equipes que conquistaram o acesso no ano passado.

Começando com o lanterna Ceilandense, a equipe já ligou o sinal amarelo em forte tom. Nos seis jogos que disputou, perdeu todos e marcou apenas um gol – na última rodada contra o Real FC – além de um saldo de dezoito negativos. Em meio às indefinições para o Candangão, a equipe fechou parceria com o Legião poucos dias antes da estreia. Obviamente que a preparação foi prejudicada. Com isso, o Rubro Negro se isola na última posição. A vitória na próxima rodada é mais do que necessária, já que, além do clássico contra o Ceilândia, o clube pode ficar seis pontos atrás do primeiro fora da zona de rebaixamento.

O Paranoá, campeão da segundinha, também já está com o incômodo alerta disparado. Com apenas um ponto em dezoito possíveis, a Cobra Sucuri pode ver a desvantagem para os outros times aumentar e a volta para a segundinha de 2021 ficar ainda mais próxima. Cedeu a primeira vitória ao Ceilândia na quinta rodada e entrou na zona do perigo. O destaque para a equipe vem de um empate com oito gols, 4×4, contra o Unaí, jogando na cidade mineira.

O Ceilândia, bicampeão do Candangão, também vem mal das pernas. Após ficar fora da segunda fase em 2019, entrou em crise e ficou perto de não disputar o estadual neste ano. Menos de uma semana antes da estreia, o Gato Preto firmou parceria com o Grêmio Barueri-SP e confirmou a presença.

Porém, tanto atraso e indefinições culminou em uma primeira parte ruim da equipe. Os três primeiros gols saíram apenas na quinta rodada, assim como a primeira vitória, contra o Paranoá. Até agora, são quinze gols contra e um saldo de -12. Mesmo com o empate na última rodada contra o Capital, a situação da equipe é grave. São três 0x0 e um ataque que não consegue fazer o seu torcedor comemorar.

O restante das equipes estão emboladas no meio da tabela e ainda mostram chances de seguirem ambos os caminhos, tanto a busca pela classificação, quanto a ameaça da zona de rebaixamento.

O Candangão segue depois do Carnaval. As próximas partidas serão realizadas nos dias 29 de fevereiro e primeiro de março. Fique de olho na Esportes Brasília para não perder nada.

Gabriel Lima é jornalista e editor executivo da Esportes Brasília. Já cobriu uma Copa do Mundo da FIFA (2019).

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