Futebol
Após sete anos, Luiz Estevão volta à cena do futebol candango
Escrito 2 anos atrás em
Por Gabriel Teles
A Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) realizou, na última semana, o Conselho Arbitral para definir os detalhes do Candangão 2022. Na reunião, foram discutidas datas e o modelo de disputa da competição.
Além do novo modelo da competição, a reunião ficou marcada pela representação do atual campeão do torneio. O presidente do Brasiliense, Luiz Estevão, voltou a participar de um Conselho Arbitral do Candangão após sete anos e esteve ao lado da vice-presidente e filha, Luiza Estevão, na mesa dos dirigentes candangos.
Ao iniciar a reunião, o presidente Daniel Vasconcelos passou a palavra para os dirigentes dos respectivos clubes. A vice-presidente do jacaré, Luiza Estevão, comentou, primordialmente, sobre a projeção futura do Brasiliense: “Infelizmente, não alcançamos todos os nossos objetivos em 2021. Mas estamos caminhando para voltarmos fortes ao cenário nacional. Um título nacional inédito para a história do Brasiliense, e para Brasília há sete anos, é um indicativo disso”, ressaltou.
“O Brasiliense precisa mudar, e isso não é de hoje. Precisamos dar espaço para os jovens, para as inovações e para o crescimento. E é nisso que vamos focar a partir de agora. Temos o mesmo sentimento sobre o campeonato candango”, concluiu Luiza.
Nesse instante, o presidente do clube, Luiz Estevão, chegou ao evento e marcou presença com maestria no debate pautado pelos dirigentes. Questionado sobre o regulamento do campeonato, Luiz pautou a correlação dos clubes com os torcedores e citou a importância do torneio local.
“Propicia aos clubes a jogar, e pertinente, no crescimento do campeonato. Quanto mais jogos, melhor, pois isso oportuniza os clubes a terem um desenvolvimento mais sólido. Além de se apresentar aos torcedores, o público precisa tomar conhecimento do futebol de Brasília”, afirmou.
Luiz também opinou sobre como o número grande de jogos traria o público de volta ao campeonato local: “Um campeonato com poucos jogos termina antes de começar, o torcedor não fica sabendo da competição. Por outra forma, teremos noticiário na televisão todo dia, teremos novidades nos portais todos os dias, porque teremos aquilo que gera a notícia e o que gera são as expectativas antes dos jogos, os comentários após os jogos e isso só acontece se houver um acúmulo maior de partidas”, disse o presidente.
Durante o debate sobre a fórmula de disputa da grande final do Candangão, Luiz entrou em defesa de duas datas. “O campeonato vai despertando a um nível mais elevado, e isso recorre num ápice, onde, ele desperta interesse ao torcedor. Dessa forma, este ápice é justamente proporcionar aquilo que ele mais espera que é a grande final. Eu defendo as duas datas”, falou.
Por maioria, foi definido que o campeonato de 2022 terá três fases, com as finais sendo disputadas em duas partidas.
Em relação aos valores altos para uso do Estádio Mané Garrincha, que atualmente está arrendado pela Arena BSB, o presidente do Jacaré sugeriu pela adoção de estádios e cita a fidelização do torcedor com os clubes.
“Hoje, nossos clubes não têm 25 mil reais por partida, para se submeter a um estádio. Não se fideliza uma torcida, sem ter um estádio para jogar. Eu sugiro que os clubes façam como o exemplo da Capital e adotem o seu estádio. A partir do momento que um clube adota, ele começa a pressionar o administrador e temos opções na capital”, ressaltou.
Estevão complementou dizendo que o problema não foi a questão da gestão das cidades que impediu isso. “O interesse do administrador não pode se submeter ao interesse do futebol, e nós temos que brigar por isso. Não se trata de interesse do Ceilândia” – exemplificou – “e sim interesse público. Futebol é coisa séria”, completou.
Até mesmo o governador Ibaneis Rocha foi citado no debate arbitral. Os dirigentes questionaram os interesses do gestor fora do futebol local. Já Luiz Estevão citou uma melhora no cuidado e organização da competição por parte dos clubes e da Federação.
“Temos um torcedor que é apaixonado por futebol”, disse Luiz. Um dos dirigentes respondeu: “Apaixonado no Flamengo, né”. O presidente do Brasiliense argumentou: “Indiferente da relação fora do DF, nos países mais desenvolvidos do mundo futebol é tratado como coisa séria, e por que aqui será diferente? Tendo em vista que a modalidade atrai nosso governo. Vamos cuidar, fazer um campeonato organizado e fazer com que ele olhe para o nosso futebol”, opinou.
Ao final do debate, o ex-senador cobrou os papéis e deveres da Federação em defesa ao futebol do Distrito Federal e ainda citou o crescimento dos demais estados que hoje estão à frente da capital federal.
“Em outros estados o futebol não existia e hoje temos clubes nesses mesmos estados na série A, e o que houve com o futebol de Brasília? Onde nós estamos agora? Isso precisa mudar… e é o papel da Federação. O papel institucional não é dos clubes, e sim, da Federação. Porque quando os clubes vão defender algum interesse, a impressão que fica, é de esquecimento, nada muda e continua pior. Presidente este papel é seu”, finalizou o dirigente.
O Brasiliense estreará no Candangão 2022 diante do Paranoá. O mando de jogos do Jacaré deve acontecer no estádio Serejão, em Taguatinga.