Colunas
O Brasiliense está perto de fazer história?
Os 4 x 1 sobre o Brasil-RS condicionam à disputa direta do acesso. Está próximo de fazer história?
Escrito 8 meses atrás em
Por Paulo Martins

E a resposta é não. Porque pelas minhas contas, apenas quatro times no Centro-Oeste têm mais ou equiparável estrutura: os três goianos (Goiás, Atlético e Vila Nova) e o Cuiabá. Porque tirando esses times, as glórias são minguadas: uma Série B do Gama em 1998, uma Série D da Aparecidense em 2021 e as Copas Verdes de Brasília (2014) e Luverdense (2017).
Se estendo à Copa do Brasil, apenas o Goiás foi mais semifinalista (quatro vezes) do que o Jacaré, em 2002 e 2007. Jogou uma final – ao perder para o Flamengo em 1990 – assim como o Ense, que em 2002 caiu de forma polêmica para o Corinthians. Na região, só o Atlético-GO também foi semifinalista, em rara vez, lá em 2010.
Portanto, a pergunta não é se o Brasiliense está perto de fazer história porque a história não é um acesso insuportavelmente difícil. A pergunta, sim, é: quando o Brasiliense vai voltar a fazer história? É mais, a única “quase-megalópole” do Centro-Oeste merece um time de breve lampejo com tanta condição de ser mais e fingir ser quase nada? Por favor! Se sim, mais vale mesmo deixar para que tentem Ceilândia e Capital e seguir a perder para si mesmo, como os arquirrivais gamenses têm feito.
Então, não quero desanimar a parcela da imprensa que defende o ânimo de um acesso que eu também apoio. Sim, faz bem para a imprensa daqui, para o ranking, para dinheiro, visibilidade e tudo mais. Todo mundo sabe. Mas por que o Brasiliense foi saber depois de tanta gente? Depois de Mirassol, Novorizontino, Manaus, Amazonas, o próprio Cuiabá… Volta Redonda, São Bernardo, (por que não?) Chapecoense…
Quem diz que “o acesso não é mais que obrigação” tem razão? SIM! Pelo que vale a camisa e por aqueles que perdem semanas e domingos (torcedores e operários do clube) e se calejam de esperanças mortas sem mais nem menos pelos Nova Venécia, Ferroviária e Athletic da vida. É nada mais que o respeito que o futebol candango e uma instituição como o Brasiliense Futebol Clube voltariam a requisitar depois de uma década perdida.
Dita impressão, há que garantir em campo. Restam três jogos e o acesso está na mão. Ainda mais em um nível como esta Série D apresenta. Não subir seria pior do que fechar as portas.
Narrador Esportes Brasília desde 2022; Currículo com duas Supercopas do Brasil e uma Copa do Mundo, além de extensa cobertura do futebol, futsal e basquete da capital federal; Colunista EB no Nó Tático e apresentador do Segundou Esporte Clube, às segundas-feiras.


Capital acerta com zagueiro campeão do Candangão para a Série D

CBF não valida estádio JK e jogo de volta do Capital na Copa do Brasil muda de sede
