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Nó Tático

Neymar: o que tinha para ser Pelé, mas não foi

Escrito em

Paulo Martins

A artilharia da história da Seleção Brasileira é um fator a ser batido por alguém em um futuro não tão distante, com a mesma proporção de jogos internacionais. Algo distinto da era de Pelé.

Não apenas em números (e melhor dizendo, por último neles) devemos comparar o Rei do Futebol com Neymar. São contextos diferentes do esporte, onde o número de Copas do Mundo não tende a ser o balizador.

O camisa 10 do Brasil é um reflexo claro da sociedade nacional. Cheio de expectativas, com um potencial único no mundo, mas que perde oportunidades únicas de ser mais e melhor. Em um planeta que tinha tudo para compararmos os craques, apenas um escolheu por se tornar uma lenda.

Pode não ser o próprio jogador 100% culpado de ter feito a carreira dessa maneira. Entretanto, bastante passada a maioridade física, não alcançou a maioridade intelectual que desejava, dentro do conceito do filósofo Immanuel Kant.

Não tenho a menor dúvida de que Neymar foi o melhor jogador do mundo em 2014/2015, naquela temporada espetacular pelo Barcelona. Foi o maior referente do trio MSN. Mas há um preço por querer aparecer mais que o sol.

Neymar enterrou a carreira com a ida sem sentido ao Paris Saint-Germain (onde nem mesmo Kylian Mbappé quer ficar) e na atuação de teatro da Copa do Mundo de 2018. Já multimilionário, foi à Arábia Saudita garantir um restante de vida tranquilo e suficiente.

Aquele rapaz de Mogi Mirim que encantou o país, a América e a Terra com o Santos tinha pernas espetaculares. Dribles, golaços e uma magia implacáveis. Era a esperança de todo um Brasil. Ainda que dissessem que ele estava “sozinho” na Seleção. Se estava, pelo nível do elenco que o acompanhava, Romário também era solitário em 1994.

Divisor de opiniões entre sua personalidade e a bola que jogava, ofuscando as notícias negativas, já é esperada a sua saída breve do selecionado. Hoje, ninguém se importa tanto com ele. Era um astro, uma estrela, hoje já não brilha. Passados os 30, o antes menino não é páreo para ser o melhor do mundo como homem. Neymar tinha de tudo para ser Pelé, mas não foi.

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