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Nó Tático

Dos fogos de artifício às cinzas do calendário

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Avenida bloqueada, sinalizador, foguetório, cantoria, alento: não faltou nada para a chegada do Gama ao Estádio Bezerrão no jogo contra o Ceilândia, no último sábado (16). Dentro de campo, a situação se repetiu com o permitido. Bandeiras, cantos, apoio e aquela velha pressão sobre o árbitro fizeram parte de um jogo quente na ida das semifinais do Candangão.

“Uma torcida dessa não pode ficar sem calendário”, disse muito corretamente o técnico Cícero Júnior à reportagem da EB em outra oportunidade. Desafortunadamente, o comandante alviverde não teve a mesma sorte ao culpar juízes e a boa forma defensiva pelo resultado, mesmo com a responsabilidade de regulamento e de mando de campo em vencer o primeiro jogo.

Quando o Gama “retranca”, é bonito. O Ceilândia não tem o mesmo direito, não? Conveniência ofensiva apenas no discurso, até mesmo dos radicais mais próximos aos que cobrem de forma séria o esporte local, evidenciam retóricas persuasivamente bem montadas para enganar a quem não quer ver o futebol como ele é. O Gama não está jogando bem.

O Periquito, como mandante, não chutou uma bola ao gol de Thiago Santos. Seu colega de posição, Renan Rinaldi, inclusive, foi o eleito Calango Of The Match (craque da partida) pela equipe da Esportes Brasília após os 90 minutos. O arqueiro gamense tapou três disparos e evitou um cenário ainda pior, tendo sorte pela breve e correta posição de impedimento em outros dois gols (desta vez bem) anulados do alvinegro.

Claramente restam outros 90 minutos a se jogar no Abadião. As falas ao melhor estilo “contra tudo e contra todos” já estão na ponta da língua, por mais improvável que as mesmas sejam utilizadas. Se houver quem cuspa fogo no duelo decisivo, saberemos bem de onde virá.

Ao suceder destes fatos, se jogará fora um esforço sem fim feito para uma grande e merecida festa em um dos maiores palcos do futebol do Centro-Oeste. É claro, os méritos devem ser sucedidos pela competência e regularidade da mesma. É assim que, apagados os fogos da recepção e descartados os da comemoração, restam e sobram cinzas ao calendário alviverde, novamente.

Narrador Esportes Brasília desde 2022; Currículo com duas Supercopas do Brasil e uma Copa do Mundo, além de extensa cobertura do futebol, futsal e basquete da capital federal; Colunista EB no Nó Tático, às segundas-feiras.

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