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Nó Tático

Da Seleção à Série D, um futebol nivelado por baixo

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Esta coluna aprecia, uma e outra vez, fazer análises temporais. Quê melhor que o tempo para justificar as coisas? Hoje, toca ver o futebol nacional em um contexto diferente, incluindo, entre cabo e rabo, o pobre nível do Distrito Federal. Mas, cansado de falar daqui, semana trás semana, o Nó Tático amplia o tema.

Se vão 22 anos desde a última Copa do Mundo vencida pelo Brasil. No mesmo ano, o DF chegou à final da copa nacional pela única vez. Era o auge, mesmo depois do escândalo do descenso gamense em 2000. Depois disso, a Canarinha ainda logrou mais três Copas Américas (2004, 2007 e 2019), ao passo que o DF foi campeão nacional outras três vezes: Série B e Copa Verde para o Brasiliense, em 2004 e 2020, e outra copa regional para o Brasília em 2014.

A questão, mais da idiossincrasia brasileira do que outra coisa, é o “oba-oba” criado em uma boa fase que seja. Festejar é parte do sangue tupiniquim. E a festa mais longa do que deve ser derruba o motivo de celebrar. Com o futebol, entre tantas coisas, também é assim. Aqui, na hora de bater pênalti e na China.

Parou de sair gerações espetaculares aos olhos do mundo desde o Brasil. Quem viu o que o país produziu do Maracanaço à eliminação em 2010 para a inspirada (e sempre azarada) Holanda, teve tal chance. O seguinte é completamente contestável.

E é natural, ora. Boas fases são mais raras que eternas. Salvo que seja um esporte criado para que o campeão nacional seja campeão do mundo, como nos Estados Unidos. A questão é que o brasileiro crê que o futebol é seu. Pode até ter sido. Não mais.

Aqui foi um berço dos mais inacreditáveis que o planeta viu para um esporte. Mas e o caso uruguaio, com uma população menor que a de Brasília? E a Colômbia ressurgindo em boa fase depois de uma tensa crise social, a exemplo da geração campeã em 2001? E a Argentina, da maior crise política da história, sendo campeã do mundo e vigente no continente, nas últimas aparições de Lionel Messi?

Tem histórias que nem sempre competem aos mesmos protagonistas. Pobres, dos torcedores brasileiros, se jogássemos a Eurocopa. Seríamos fracasso sazonais. O jogador brasileiro de hoje só joga mal na Europa se usa uma camisa amarela.

Narrador Esportes Brasília desde 2022; Currículo com duas Supercopas do Brasil e uma Copa do Mundo, além de extensa cobertura do futebol, futsal e basquete da capital federal; Colunista EB no Nó Tático e apresentador do Segundou Esporte Clube, às segundas-feiras.