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Nó Tático

Boas gestões no futebol são questão de tentativa e erro

Escrito em

Paulo Martins

Estamos já ao meio de agosto e a temporada arde em um ponto decisivo, que tende a dividir águas para dar rumo aos campeões, favoritos, astros, revelações, decepções etc. Porém, antes da primavera, sem nenhuma final anunciada, já temos muitas respostas sobre a conduta de vários times, sobretudo no conceito de fazer o melhor com o que tem, principalmente no fator financeiro.

Paremos para ver o Flamengo nesta era pós Bandeira de Melo. Quantos erros não cometeu o rubro-negro? Claro, é difícil ter uma temporada negativa com o saldo astronômico que logra o time anualmente. A cena em que Paulo Vinicius Coelho rasga uma nota de R$ 20, em alusão ao tanto de técnicos que passaram pela gestão Rodolfo Landim/Marcos Braz, diz absolutamente tudo. Dorival Jr. aplica, de momento, um trabalho para ninguém botar defeito. Mas hai dele não ganhar um título. Ou vocês não se lembram que Renato Gaúcho, construtor do “Mengão Malvadão” está desempregado? Esse ciclo vicioso segue na Gávea.

Sobre as SAF’s, ainda é cedo falar. O Bragantino deu uma pausa na sua competitividade por inteiro em 2022, o Botafogo passa por uma transição dentro do esperado, e as novas equipes com dita gestão que estão por subir estão onde devem estar: no G-4. Ainda que o Cruzeiro já tenha uma mão na taça e o Vasco ainda deslize e precise de um pouco mais de regularidade para ascender de vez. A dupla Gre-Nal parece gerir bem as contas depois de breve crise econômica: o Inter tem bom trabalho com Mano Menezes – mesmo passada a eliminação na Sul-Americana – e o Grêmio superou rapidamente o desastre do último rebaixamento, já próximo de voltar à Primeira.

Agora eu gostaria de chegar a dois pontos distintos: o Corinthians de Vitor Pereira e o Atlético Goianiense de Jorginho. Não consigo conceber a ideia de uma equipe do Z-4 (no momento) estar vivendo um momento melhor que o vice-líder do Brasileirão. Mas sim, creiam, o Dragão faz melhor campanha, ao todo, que o Timão. E não pelos 2-0 da ida das quartas de final da Copa do Brasil, em Goiânia, que é um resultado reversível em São Paulo. E para que fique claro, o Corinthians não tinha obrigação de passar pelo Flamengo na Libertadores, por mais que pudesse cair num grupo com Deportivo Cali e Always Ready! Esse time não faria o que o Atlético Goianiense está fazendo na Sul-Americana. O Dragão pode ser campeão e será posto à prova de fogo, com o perdão da piada. Contudo, já fez um excelente trabalho, ainda que tome a virada para o Corinthians no jogo de volta da copa milionária.

Fecho esta crônica falando dos melhores exemplos de como fazer melhor com o que tem. O Fluminense (que diferente do Atlético-GO, não passou do Olímpia no mata-mata) aprendeu rápido com seus erros e, mesmo sem a fortuna de Flamengo, Palmeiras e Atlético Mineiro, faz um trabalho perfeito no Brasileiro e na Copa do Brasil – onde, pessoalmente, o vejo como principal favorito ao título. Espero que a diretoria tricolor aprenda que tem (sim ou sim!) que dar continuidade e um trabalho em longo prazo ao Fernando Diniz. Este time não é Cano e mais dez.

Devo finalizar de vez pedindo ao Papa que canonize, em vida, o presidente do Athletico Mario Celso Petraglia, pelo milagre de ressuscitar um técnico assassinado, esquartejado e posto na fogueira pela imprensa. Felipão prova sua imortalidade no futebol transformando deste Furacão o time que melhor faz com o que tem. Melhor até mesmo que dito “time a ser batido”, que é o Palmeiras de Abel Ferreira e sua contestável “presidente-mãe” Leila Pereira. O CAP prova, nesta temporada, que está pronto para ser um time grande do futebol brasileiro: está vivo na Libertadores, na Copa do Brasil e no Brasileirão e tem (sim) favoritismo nas três competições. O saldo já é positivo, ainda que o ano não termine com taças.

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