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Nó Tático

A Copa do Capeta!

Escrito em

Paulo Martins

A famosa frase do narrador Marcelo do Ó, em referência à Copa do Brasil, é retrato fiel do que foi o sorteio dessas oitavas de final da competição, com confrontos a nível de semifinal de Libertadores (como Flamengo e Atlético Mineiro, em 1981), de final de campeonato brasileiro (como Corinthians e Santos, em 2002) e outras finais de estadual com clássicos ferrenhos: São Paulo e Palmeiras, Fortaleza e Ceará, Atlético Goianiense e Goiás.

Na edição da última terça-feira (7/6) do quadro Prancheta do PVC, Paulo Vinicius Coelho disse que o sorteio da copa nacional superou o das oitavas da Libertadores. Terei que concordar. Mesmo sem tanto nível, no momento, os deuses do futebol deram aos torcedores do Brasil confrontos para incendiar a temporada do futebol tupiniquim. Detalhe: o Brasileirão, na altura da décima rodada, apresenta um excelente campeonato, o que coroa este sorteio como o ponto mais alto da temporada, até agora.

A Copa do Capeta tem simplesmente quatro clássicos em oito confrontos! Nunca antes (considerando a era moderna da Copa do Brasil, com os clubes que jogam a Libertadores entrando no torneio) houve tamanha quantidade de clássicos nesta instância. E aqui vale destacar o peso real de um clássico: são aqueles em que os times se confrontam recentemente e a tensão é verdadeiramente grande pela história e pelo cotidiano local. Com isto, Cruzeiro e Fluminense, Flamengo e Atlético Mineiro, não são clássicos, apesar de configurarem confrontos de pesadas camisas.

Ora, se considerar um clássico a partir de um episódio polêmico, Flamengo e Vélez Sarsfield seriam rivais pela briga do atual campeão continental contra o time do ataque dos sonhos (Romário, Sávio e Edmundo) em jogo da Libertadores de 95, no Maracanã. Mesmo que o Fortinero tenha laços hermanos com o Fluminense, Fla e Vélez não são rivais.

Clássicos podem ser, entre qualquer equipe, onde episódios dessa natureza e dessa tensão, dentro da natureza do esporte, aconteçam. A exemplo, Brasiliense e Ceilândia, clubes que representaram muito bem o DF na Copa do Brasil, podem ser um clássico local um dia. Ainda não é.

Se há copa para afirmar grandes clássicos, esta é a Copa do Brasil.

A copa dos milhões, que consagrou o Clássico dos Milhões (Flamengo e Vasco) em 2006 em sua final; a copa da saudade, que brilhou com o clássico da saudade (Palmeiras e Santos) em 2015 na decisão.

A copa dos sonhadores Criciúma (1991), Juventude (1999), Santo André (2004), Paulista de Jundiaí (2005), Sport (2008), campeões contra qualquer prognóstico. A copa dos sonhadores Brasiliense (2002), Figueirense (2007), Vitória (2010), Coritiba (2011 e 2012), que bateram na trave e quase chegaram ao ponto máximo de sua história.

A copa do imprevisível. Que tem tudo para ser a melhor edição da história, em seus 33 anos de existência.

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