Basquete
Nova sensação do basquete de Brasília rouba a cena nas quadras do país
Escrito 5 anos atrás em
Por Gabriel Spies
O basquete 3×3 é uma novidade que vem surgindo no mundo da bola laranja. Trazendo a linguagem e cultura urbana para dentro do esporte, o basquete 3×3 vem conquistando milhares de jovens ao redor do país. A modalidade consiste em dois times com quatro jogadores (três titulares e um reserva) que disputam a partida em meia quadra.
O jogo dura dez minutos em periodo único. Contudo, quem anotar 21 pontos primeiro, independente do tempo decorrido, vence o confronto. Se o placar terminar empatado, há uma prorrogação de tempo indeterminado. A primeira equipe que fizer dois pontos vence o jogo.
Em Brasília, um time feminino vem se destacando Brasil afora com os resultados obtidos em quadra. Trata-se do BaskeTeamDF, atual terceiro colocado na Liga Nacional de Basquete 3×3.
O time tem pouco mais de três meses – surgiu em janeiro – e vem dando alegrias para o Distrito Federal. Além disso, é a única equipe fora de São Paulo na competição e o único representante do basquete feminino nos torneios nacionais de basquete 3×3 da capital federal.
Ser único no DF é um fator que preocupa, mas enche de orgulho uma das criadoras do BaskeTeamDF, Débora Gomes. “Dentro de Brasília o basquete feminino está morrendo. Tanto que nós somos o único time que representa o Distrito Federal ‘lá fora’. Não tem outro time feminino com nenhum destaque que representa o DF”, comenta Débora, criadora e atleta da equipe.
Nessa luta pelo reconhecimento do basquete feminino, Débora conta como foi o início da equipe. “O time surgiu de uma ideia minha com mais outra amiga. Quando abriu a Liga para as mulheres poderem participar – até 2018, não era oficial – então a gente pensou que era a nossa oportunidade de entrar pro circuito nacional, conta a atleta.
Falta de patrocínio é problema
A equipe ocupa a terceira colocação da Liga Nacional. O torneio tem 12 etapas e conta com a participação de 11 times. A competição tem chancela da FIBA e da CBB. A terceira etapa foi disputada no último mês de abril em São Paulo e a intenção é realizar as etapas restantes em outros lugares do país e não só no território paulista.
Apesar do destaque nacional, Débora comenta a dificuldade de se conseguir patrocínio para o basquete feminino no DF. “No torneio do mês passado, a ASEJUS (Associação dos Servidores da Justiça) nos deu uma ajuda e a gente complementou o resto. Temos corrido muito atrás de apoio, de patrocínio, de auxílio e temos conseguido algumas parcerias. Mas é uma ajuda, não cobre tudo. Pra viajar temos que complementar do nosso bolso”, afirma Débora.
Débora conta que o principal sonho das meninas é não deixar o basquete feminino morrer na capital do país, mostrar para as pessoas que em Brasília existe basquete feminino de qualidade. “A gente quer mostrar que o basquete existe aqui em Brasília. Outros times masculinos existem, mas feminino não tem. Então a ideia é a gente mostrar um trabalho de qualidade, um jogo de qualidade e totalmente competitivo”, garante.
Além disso, a atleta cita que o preconceito e o machismo se apresentam como empecilhos nessa trajetória. “Com certeza não é a mesma coisa o basquete feminino e o basquete masculino. Dois times masculinos tem mais destaque no DF, um disputa a Liga Ouro e o outro o NBB. No feminino, a gente não tem ninguém. Nós somos pioneiras. Fazemos um trabalho de muita luta pra conquistar o espaço e mostrar que a gente também pode. Não pense que é fácil. O investimento é nada, não é nem pouco, é nada. O olhar pro basquete feminino é um e para o basquete masculino é outro. Com certeza existe machismo”, complementa Débora.
O BaskeTeamDF volta às quadras neste domingo (05.05), pela quarta etapa da Liga Nacional, que será realizada em São José do Rio Preto/SP. A equipe é a terceira colocada na competição, atrás de Hunters, na segunda colocação, e do Corinthians, líder.
Para ajudar a equipe candanga, basta enviar uma mensagem no instagram do time, o @basketeamdf.
Estagiário sob a supervisão de Rener Lopes
Gabriel Spies é jornalista formado pelo Centro Universitário de Brasília (UniCEUB) e é comentarista das transmissões de rádio e televisão da Esportes Brasília.