O Gama está a um passo de vários retornos. Com a vitória de virada por 2×1 sobre o Real na noite desta quinta-feira (4) no Mané Garrincha, o Periquito pode até perder por um gol de diferença no jogo de volta das semifinais que voltará à decisão do Campeonato Candango depois de três temporadas. Andrei Alba, para o Real, Mário Henrique e Emerson marcaram os gols da partida, todos originados em bolas paradas.
Sem Victor Xavier, que contraiu caxumba durante a semana, e Tiago Gaúcho, vetado no vestiário por dores musculares, o Gama teve de se desdobrar para suprir a ausência de dois destaques da equipe no Candangão 2019. Wisman, que perdeu a titularidade para Nunes ao longo do certame, entrou no ataque, enquanto Gilsinho supriu a ausência do camisa 5, tornando o time mais ofensivo.
Tabuleiro
O início do jogo foi estudado, com ambas as equipes receosas de buscar o ataque. Com o meio campo congestionado, sobrava aos laterais a responsabilidade em criar chances de gol. O problema é que ambas as equipes baseiam o estilo de jogo com estocadas pelos lados, e, cientes disto, os treinadores trataram de fechar as pontas. O resultado foi o perde e ganha da posse de bola.
A única forma de abrir o placar seria em bola parada. E foi exatamente o que aconteceu. Mário Henrique, aos 18 minutos, cobrou falta no bico da área, a bola passou por todo mundo sem ser tocada, até chegar em Léo Rodrigues. O arqueiro do Real se atrapalhou na defesa e permitiu o primeiro gol do alviverde. À frente, o Gama segurou o ritmo e assistiu o avanço nas tentativas do mandante da partida.
Até que, também em cobrança de falta, Andrei Alba bateu como se fosse cruzar. A bola fez um arco, pegou Rodrigo Calaça desprevenido e morreu no ângulo do goleiro gamense. O golaço do volante reacendeu o ímpeto do Real na partida, mas faltou efetividade aos anfitriões. Na descida aos vestiários, jogadores das duas equipes se queixaram da falta de criatividade na definição das jogadas.
Se para o Real a segunda etapa não trouxe novidades, o Gama voltou ao gramado do Mané Garrincha para definir o duelo ainda no jogo de ida. Logo aos três minutos, Mário Henrique – sempre ele – alçou bola na área, Nunes escorou para trás e Wisman completou para o gol. O detalhe, porém, é que o bandeirinha flagrou Nunes em posição irregular, assinalou o impedimento e anulou a virada do alviverde.
Ao invés de se abater, o Periquito queria mais. O time da RA II, no entanto, esbarrava novamente no último passe, invariavelmente cortado pela zaga do Real ou direcionado para fora. Mas o ímpeto alviverde foi recompensado. Aos 27 minutos, Mário Henrique cobrou falta na área, Emerson subiu no segundo pau e cabeceou forte. Léo Rodrigues chegou a aparar a bola, mas ela lentamente ultrapassou a linha. 2×1 Gama, e com requintes de crueldade.
Sem forças, o Real só reagia à pressão gamense. O alviverde novamente chegou com perigo quando Wisman partiu em velocidade e cruzou rasteiro. Antes de Nunes, livre, escorar para o gol vazio, a zaga chegou para isolar a bola. Somente na marca dos 40 minutos o Real levou perigo na etapa final. Em jogada rápida de Filipe Cirne, o camisa 10 enfiou boa bola na área. Antes de Paulinho atacar definir, a zaga gamense cortou o perigo.
Fim de jogo no Mané Garrincha. Sob os olhares de 1776 pagantes Estádio Nacional, o Gama, que jogava por dois empates graças à liderança na primeira fase, pode perder o segundo confronto, marcado para as 17h do próximo domingo (7), no Bezerrão, que mesmo assim estará na decisão do Campeonato Candango 2019.
Tabus
A expectativa por uma disputa de título paira sobre os arredores do Bezerrão. Desde 2015, ano do último título alviverde, o Gama não chega a uma decisão. Caso confirme a classificação, o Periquito também garante uma das duas vagas do Distrito Federal na Série D do Campeonato Brasileiro de 2020, torneio no qual não compete há quatro temporadas – a última participação alviverde foi em 2015. E, de quebra, marcará presença entre os clubes da Copa do Brasil na próxima temporada.
Cautela
Após a vitória, o Gama era só cuidados. Nas entrevistas pós-jogo, tanto o treinador Vilson Tadei quanto os atletas pregaram respeito aos adversários. O volante Tarta, eleito o melhor em campo pela equipe da Esportes Brasília, cobrou atenção maior em relação ao duelo contra o Formosa. “A gente não pode levar gol em casa, isso não pode se repetir”, disse o camisa 8, em referência ao empate em 1×1 na partida de volta das quartas de final.
O Gama decide, enfim, se vai ou não à final do Candangão no próximo domingo (7). A partida de volta da semifinal contra o Real acontece no Bezerrão, às 17h. O alviverde pode perder por 1×0 que ainda se classifica.
CAMPEONATO CANDANGO – SEMIFINAL – VOLTA
ESTÁDIO MANÉ GARRINCHA – 04/04/2019
REAL 1X2 GAMA
Árbitro: Almir Camargo
Assistentes 1 e 2: Lehi Sousa e Lucas Guerra
Quarto árbitro: Luiz Paulo Aniceto
Público: 1772 pagantes
Renda: R$ 26.300,00
Cartões amarelos: Filipe Cirne e Hyago (Real); Tarta, Gilsinho e Vagner Balotelli (Gama).
Real: Léo Rodrigues; Caíque, Hyago, Jailton e China; Graxa, Andrei Alba, Robinho (Paulinho), Murillo Magno (Daniel), Filipe Cirne e Kaio Nunes.
Gama: Rodrigo Calaça; Felipe Tavares, Emerson, Gustavo e Mário Henrique; Wagner Balotelli, Tarta (Gordo) e Gilsinho (Júlio César); Jefferson Maranhão (Felipe Werley), Wisman e Nunes;
