Siga Nossas Redes Sociais

Especiais

Empresa de ex-presidente da CLDF fatura R$ 8 mi para fazer segurança do Mané Garrincha

Escrito em

Investigação da Esportes Brasília mostra que 5 Estrelas Sistema de Seguranças, do pai do presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente (MDB), recebeu montantes milionários entre 2016 e 2019

A 5 Estrelas Sistema de Segurança Ltda, empresa de segurança do ex-presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente, faturou R$ 8.059.954,54 em contratos de prestação de serviço de vigilância e brigada civil no Estádio Mané Garrincha entre 2016 e 2019. 

Leonardo é sócio da companhia ao lado de Flávia Moreira Prudente Demes, e foi condenado no chamado “Mensalão do DEM” pelo Tribunal de Justiça do DF, em duas instâncias. O TJDFT diminuiu a multa por danos morais coletivos de R$ 4,3 milhões para R$ 2 milhões. Além disso, o ex-deputado está sem direitos políticos por 10 anos. O ex-presidente da Câmara Legislativa (CLDF) é pai de Rafael Prudente, atual mandatário da CLDF.

Leonardo teria recebido cerca de R$ 50 mil por mês de 2003 a 2009 para garantir apoio político ao então governador do DF, José Roberto Arruda (PL). Em um dos episódios mais difundidos da chamada operação Caixa de Pandora, o ex-distrital foi gravado colocando dinheiro nas meias. As imagens foram feitas pelo então delator Durval Barbosa. Não há, até o momento, suspeitas públicas de órgãos de fiscalização quanto aos contratos de vigilância que a empresa tem relacionados especificamente ao Mané Garrincha.  

Milagre econômico

A 5 Estrelas vem aumentando ano após ano os valores dos diversos contratos que possui com entidades do governo do Distrito Federal. Somente com a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), os contratos da empresa cresceram de R$ 1,7 milhão, em 2010, para R$ 10,6 milhões, em 2018.

Em 2016, primeiro ano dos dados disponibilizados, a companhia recebeu R$ 1.187.383,19 pelo serviço de vigilância e mais R$ 465.027,92 pela brigada civil. Ao todo, a empresa faturou R$ 1.652.411,11. No ano seguinte os números subiram consideravelmente e chegaram a R$ 2.832.704,76. 71% de aumento.

Em 2018 houve pequena queda, mas as cifras permaneceram acima de dois milhões e meio. R$ 2.786.188,29 foram pagos pelos 12 meses de serviço. Já neste 2019, até o mês de julho, pagou-se R$ 752.650,38 à empresa.

Em média, o gasto com o Estádio chega a R$ 187.440,80 por mês, desde 2016, apenas com a vigilância e brigada civil para o estádio. 2017 foi o ano de maiores gastos, com média mensal de R$ 236.058,73. Já neste 2019 os valores médios despencam para R$ 107.521,48 mês. 2016 apresenta os menores valores, R$ 98.948,60 em cada um dos 12 meses, na média.  

Os dados foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação do Distrito Federal junto a Companhia Imobiliária de Brasília – Terracap. Essa é a primeira de uma série de reportagens da Esportes Brasília sobre os gastos com o Complexo Esportivo do centro da capital Federal. 

O Governo do Distrito Federal recentemente passou à iniciativa privada a concessão da exploração e uso do Estádio Nacional Mané Garrincha, do Complexo Aquático Cláudio Coutinho e do Ginásio Nilson Nelson. Segundo o governo, estes centros esportivos custam em torno de R$ 700 mil mensais aos cofres públicos e a receita auferida era insuficiente para pagar os gastos da chamada Arena Plex.   

Clique para deixar seu comentário

Faça seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

P