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Vasco tem coisas de clubes candangos
Escrito 6 meses atrás em
Por Paulo Martins
Se não fosse pela camisa, o Vasco da Gama teria claras coisas que podem se comparar ao que vivem hoje os clubes do Distrito Federal. Aperto de organizadas, crise permanente, má gestão, alternativas falhas, reforços inúteis, tudo se sintetiza em um complô que muito lembra o futebol de Brasília.
Obviamente, existe um abismo entre o que representa o Cruzmaltino e o DF. Isto não se discute. Mas, dadas as proporções de um cenário terrível, sem perspectiva de saída, com gente interessada em fazer dinheiro através do nome futebolístico, sem importar ao escudo, logo é possível ver que no clube carioca tem coisas de time candango.
O que me chama atenção foi a pesquisa recente sobre o crescimento das torcidas no país, o que incluía, pasmem, os vascaínos, apesar de tudo. Enquanto isso, a final local (na ida) não teve resposta de 80% dos vouchers de ingressos presenteados, dados, cedidos etc etc. Não se trata da ausência dos dois maiores expoentes da cidade (Gama e Brasiliense), mas sim de uma realidade largada às traças, sem ter quem respire propriamente por dias melhores.
É claro que, em um mundo real, um dos grandes clubes do Brasil, com uma enorme torcida na capital federal – X vezes maior que as próprias torcidas locais, inclusive – tem maiores condições de remontar a situação. E antes fosse por falta de camisa o fator de crise em Vasco, Gama, Brasiliense, etc.
Ser goleado em um clássico por 6 x 1 é algo que todos lembram pelo que valem as equipes. Seja no apanhado geral da história ou naquele determinado contexto. Por outro lado, nem mesmo os botafoguenses se lembram tanto quando aplicaram 7 x 1 no Brasiliense, dado a que era apenas mais um frágil adversário. Valor existe, mas oscila. Enquanto alguns, como o Vasco, ainda têm, o DF não vale o tostão da carteira de poucos por aqui.
Narrador Esportes Brasília desde 2022; Currículo com duas Supercopas do Brasil e uma Copa do Mundo, além de extensa cobertura do futebol, futsal e basquete da capital federal; Colunista EB no Nó Tático, às segundas-feiras.