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Nó Tático

Surian tem que acertar o ataque do Capital

Ataque não recupera alto nível do Candangão e tem média baixa; defesa tem melhor momento no ano

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O futebol é mais que os plenos números. Disto não cabe dúvida. Sobretudo se se observa o Grupo A5 da Série D do Campeonato Brasileiro. Nada faz sentido. Ou poucas coisas fazem. O Ceilândia liderar aponta uma clara fraqueza da chave e que poderá se provar na segunda fase: muito me surpreenderá se tivermos dois (sim, dois) classificados contra times do Grupo A6.

A Aparecidense tem um time que merecia um nome de mentalidade melhor no banco de reservas e terá seu acesso ameaçado pelo conhecido derrotismo do técnico Lúcio Flávio. Ponto que, por sinal, o Ceilândia pode explorar na próxima rodada, na visita ao Aníbal Batista de Toledo.

E que incógnita maior nesse grupo senão os times do Mato Grosso? O Mixto não sabe se quer se classificar, se permitindo empatar com o Goianésia, com mais sorte que juízo. Enquanto o Luverdense provou seu lampejo ao virar sobre a Cidinha no Passo das Emas, finalmente um alçapão, mas que a longo prazo tampouco tem evidências de se comprovar.

E a você, torcedor, não assusta o Capital fora do G-4? É um enorme “fala sério”. O baixão da saída de Marcelo Cabo é sentida numérica e animicamente pelo clube tricolor. Mesmo que Felipe Surian tenha dado injeção a um fundamental pilar como a defesa, que vive seu melhor momento no ano e que motivou, antes de mais nada, o empate contra o Goiânia.

A falta de ideias no ataque, coisa completamente adversa ao que praticou o Coruja no último ano e meio, assombra. Sem menos. É um time que para no Felipe Guedes. E não precisamente por culpa do próprio Surian. É um time que ainda não está encaixado, mas que finge não se conhecer mesmo jogando há um tempo junto. E, pior, ainda sem os nomes preteridos pelo treinador, pelo visto.

Para indicar também que o viés defensivo de Surian não é para nada equivocado, o time sofre, em seu comando, 0,2 gol por jogo. O primeiro na passagem foi nesse sábado (07/06), inclusive. Com Roberto Fernandes, no pior momento, era 1,4 por partida, enquanto no Candangão tanto Paulinho Kobayashi quanto Marcelo Cabo mantiveram 0,6 vezes a meta vazada por duelo.

Em números que apresento à frente, se forma em claríssima evidência o momento de baixa do que foi, possivelmente em consenso e na minha opinião, o melhor ataque do futebol de Brasília nas últimas duas temporadas. Veja:

Paulinho Kobayashi: 1,3 gol por jogo (Oito gols em seis jogos)

Marcelo Cabo: 1,7 gol por jogo (17 gols em dez jogos)

Roberto Fernandes: 0,6 gol por jogo (Três gols em cinco jogos)

Felipe Surian: 1 gol por jogo (Cinco gols em cinco jogos)

Na Série D, não dá pra viver só de defesa. O tempo perdido em relação à classificação geral vai obrigar a equipe do Paranoá a sofrer um inferno, comendo o pão que o diabo amassou, para avançar fase por fase. Já está ficando tarde. E convenhamos, um time que é amassado, mais que o pão do diabo, pelo Goiânia, devido à falta de ataque, não merece subir. Se é que se classifica, desse jeito.

Narrador Esportes Brasília desde 2022; Currículo com duas Supercopas do Brasil e uma Copa do Mundo, além de extensa cobertura do futebol, futsal e basquete da capital federal; Colunista EB no Nó Tático e apresentador do Segundou Esporte Clube, às segundas-feiras.