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Nó Tático

O mundo do futebol é uma defraude

Do Quadradinho ao globo terrestre, o futebol perde para novos velhos proprietários, mostrando que cada vez mais perdemos nós, o povo

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Como explicar o futebol brasileiro? Dominante no continente, não tem força na confederação continental e tem nada mais que um apoio dormente e meramente virtual a seu principal jogador. Este, Vinicius Junior, melhor jogador de futebol do planeta. Era seu rumo natural. Dizer que Vini Jr está solitário soa forte, mas se faz um fato, notado que não é extremamente apoiado como deveria.

Nem a própria Conmebol, que tem a também inerte CBF como filiada, se posiciona a favor de seu melhor atleta na atualidade, para contexto de seleções. Se bem em Luque podem ainda defender, já sem razões, a figura de Lionel Messi. Se bem o prêmio da patética revista France Football (de um país sem qualquer tamanho no esporte) tenha alianças com a Uefa, que é outro ator contra o camisa 20 do seu maior clube, todos sabem o tamanho midiático que tem a Bola de Ouro, por mais que sua credibilidade se vá com demonstrações ridículas como esta.

Uma Conmebol e uma CBF que não são capazes de combater, efetivamente, casos de racismo em seus jogos, claramente têm cada vez menos interesse em defender um jogador negro. Ora, quem vai criar um mal-estar a essa altura, às vésperas da Copa do Mundo centenária e de uma Copa Do Mundo Feminina no continente? É aí que o silêncio manipula: a falta de posição também é lobby.

Independentemente do passado, passar a agir bem muda toda uma história com bons atos por se estabelecer como regra. Não é mistério o apoio dado ao Real Madrid em momentos obscuros da história da Espanha e de diversas falhas arbitrais a favor dos Merengues. Ser firme e esvaziar o palco de um prêmio importante, sendo o maior e melhor clube de futebol do planeta, engrandece, com justiça, a instituição.

Vão dizer por aí que tem a ver os 4 x 0 de El Clásico. O que eu digo é que parece que uma entidade que foi tão a fim do Real em outros momentos pode travar a boa sina dos madridistas na sua competição-símbolo. Podem esperar que aqueles momentos mágicos não acontecerão em 2024/2025. Não depois dos feitos desta segunda-feira. Quero ver se a France Football será imbecil a ponto de um dia tirar do francês Mbappe uma Bola de Ouro por ele estar no Real Madrid.

E tem outra coisa: é tanta a perseguição sem um critério, que um volante (UM VOLANTE!!) virou Bola de Ouro. Defraude. Defraude total. “Ai, foi pela Premier League”, nomeio quantos jogadores foram melhores que o Rodri? Haaland, Salah (africano, que perdeu em 2018) e Saka (negro). “Ai, foi pela Euro”. Lamine Yamal (negro e espanhol como Rodri) e outro cotado, que era o único que podia dar justiça: Jude Bellingham. Mas, mesmo com um primeiro semestre assombroso e uma excelente Eurocopa, é negro. E do Real Madrid.

O futebol morre aqui e em Paris, hoje. E eu pensando que a fraude do ano seria a das eleições na Venezuela. Me equivoquei. Maduro é santo perto de Infantino, Ceferin, Domínguez, Ednaldo e tantos outros que mancham a bola. A mesma que um dia nos apaixonou, defraudada por canalhas.

Que o futebol nunca se esqueça do dia em que dois ex-jogadores negros, George Weah e Didier Drogba, premiaram um jogador branco que não merecia ser melhor do mundo.

Narrador Esportes Brasília desde 2022; Currículo com duas Supercopas do Brasil e uma Copa do Mundo, além de extensa cobertura do futebol, futsal e basquete da capital federal; Colunista EB no Nó Tático, às segundas-feiras.

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