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Nó Tático

Futebol da Seleção pode esbarrar na exigência candanga

A Seleção tem de mostrar mais futebol se não quiser ser vaiada pelo tradicionalmente exigente público candango contra o Peru

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Definição de idiossincrasia segundo o dicionário: “característica comportamental peculiar a um grupo ou a uma pessoa”. A próprios e estranhos do Distrito Federal, pode ser difícil vincular a capital do Brasil ao futebol, ao seu futebol. É bem verdade que a história foi injusta com o esporte daqui, com a exigência de responder à história e ao tamanho dos clubes chamados do “eixo”.

Lógica consolidada através dos anos, o simples produto não agrada a maioria exigente da população candanga. Cá entre nós (brasilienses), todos temos um pouco o nariz empinado. Não faz falta ser de Planaltina, do São Sebastião ou da Asa Norte.

Portanto, brilha muito mais ao DF aguardar que venham os Flamengo, Palmeiras, São Paulo etc, do que ver os Gama, Brasiliense, enfim. Isto mesmo na melhor fase, dos poucos anos na Série A nacional. Não é só uma construção do futebol daqui, mas da gente daqui. A mesma insatisfeita com razão (quanto a erros dos governos locais) e sem razão (quando reclama debaixo de secura e chuva).

Ainda assim, hoje em dia, é normal ver o perfil de “viciado” em futebol. Para o azar do produto local, esse apreço é, por escândalo, muito mais direcionado ao mercado externo, globalizado. É cada vez mais difícil ver quem prefira ver um jogo do Candangão antes que um jogo da Premier League.

Motivo de choque para o mundo inteiro e de meme para os compatriotas, a Seleção pode ser mais nova vítima desta cobrança. Tão grande é a diferença para o resto do continente que mesmo atuando mal a Verde-Amarela ocupa o quarto lugar dessas Eliminatórias. O visto em Santiago surpreende negativamente e tira cada vez mais esperanças do dito do técnico Dorival Júnior: “Vamos estar na final da próxima Copa do Mundo”.

Se o brasileiro médio questiona essa afirmação, o candango ainda mais. Portanto, aos não avisados, mesmo com um público mais elitizado pelo valor exorbitante dos ingressos, não será estranho ouvir vaias caso o placar ainda não seja aberto ali pela meia hora do primeiro tempo. Isto contra a equipe de pior elenco, no papel, em todo o certame. E que ainda assim bateu o Uruguai, que superou o Brasil duas vezes apenas em 2024.

Narrador Esportes Brasília desde 2022; Currículo com duas Supercopas do Brasil e uma Copa do Mundo, além de extensa cobertura do futebol, futsal e basquete da capital federal; Colunista EB no Nó Tático, às segundas-feiras.

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