Nó Tático
Eu devo ser um filho da p…
Escrito 7 meses atrás em
Por Paulo Martins
Que minha mãe me perdoe. Afinal uma ofensa desse nível é maior do que a um próprio, de tão sagrada que uma mãe é. Uma ofensa proporcional ao que fizeram ontem Real Brasília e Brasiliense no Defelê, em pleno Dia das Mães, que ofendeu até a pqp.
Não me desce hoje – e acredito que até o fim desse ano – o jeito como o Distrito Federal descarta esta temporada. O jeito em que a tudo se assiste nas entrelinhas, sequer falando do anti-futebol praticado dentro de campo, é completamente repulsivo. É a lição de uma crônica suicida para um lugar que, pasmem, já foi campeão nacional em algumas oportunidades.
De um lado, um catado daqueles desordenados que nem na várzea mais se vê. E, para uma surpresa geral, o homem mais sério no conturbado presente do clube da Vila Planalto foi o líder da cena de pastelão que se viu em flagrante. Negar-se a sair da casamata depois de um cartão vermelho (independentemente de sua justiça ou o contrário) não era o esperado por parte do profissional que é o Marcelo Caranhato, em um ato que assinou a derrota leonina.
Isto com o bônus de uma “autorização” de fala aos jogadores, mascarando a “lei da mordaça” em meio aos salários atrasados. E nem assim o rival pôde vencer em condições normais. O Real Brasília não fará falta nenhuma ao ser um dos primeiros, se não for o primeiro dos tais, eliminados na primeira e decadente fase da Série D nacional. Isto se tiver sorte de minguados pontos até lá.
Do outro, a linha tênue entre comédia e tragédia, que até ao Dante Alighieri revoltaria. Isso é o Brasiliense, não de hoje: faz meme e oba-oba com uma comissão demitida no vestiário e um médico que faz o time vencer com gols do “reforço” Kaio Nunes. Que pra completar a anedota ainda cumpre a lei do ex.
Para piorar, a confiança agora fica a cargo do ex-Anápolis Luiz Carlos Winck. Gente, fala sério! Onde um técnico que fracassou no patético time do Anápolis vai dar certo no Brasiliense? Ainda mais com as tantas coincidências na forma de jogar e na baixa competitividade entre os dois? Este time faz por não merecer um calendário. E, quando eliminado, se irá tarde. Muito tarde.
Por último, e mais importante do que a inexpressão dos dois clubes, volto a pontuar que, dessa maneira, não surpreenderia que a CBF tirasse uma vaga do DF pela pouca contribuição na qualidade esportiva. Assim, volto a agradecer ironicamente ao Real e ao Brasiliense pelo presente. Que se entenda presente a atualidade e não um regalo que se dá a alguém.
Eu devo ser mesmo isso do título, mas não mais quem está diretamente envolvido na atual desgraça que é o futebol de Brasília aos olhos de todo um país. Esta é a capital da bola murcha, que me tem de saco cheio.
Narrador Esportes Brasília desde 2022; Currículo com duas Supercopas do Brasil e uma Copa do Mundo, além de extensa cobertura do futebol, futsal e basquete da capital federal; Colunista EB no Nó Tático, às segundas-feiras.