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Nó Tático

Capital e os cacos a serem juntados

Toalha jogada foi apenas atestado da queda precoce do Tricolor na competição

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Era 29 de março quando o Capital jogou sua segunda final de Candangão seguida, perdendo novamente. Em análise que fiz no Bate-Bola, após o jogo, disse que preocupava uma conduta retraída do tricolor em partidas de caráter decisivo. Igual, havia margem para se recuperar animicamente para o restante de uma temporada onde se apostava na formação do Paranoá, como bola da vez do futebol de Brasília.

Passava por ajustes pontuais em um elenco que encantava o Distrito Federal nos últimos dois anos e por manter Marcelo Cabo como técnico. Entende-se se o Coruja ainda não estava em nível financeiro, talvez de projeto, para não conseguir nem um objetivo nem outro. Entretanto, o futebol não perdoa gente frágil e o time não podia se autodestruir ao longo de 14 rodadas como aconteceu nesta precoce fase inicial da Série D.

Que fique claro, há crença e credibilidade no que pode fazer o Capital, pelo menos até 2026. Ainda não é hora de desconfiar de má fé na hora de subir. Vai colar a justificativa da primeira vez. Mas o sarrafo também vem na medida em que se pede. O futebol, repito, não perdoa gente frágil.

E, sinceramente, não aparentava nunca, desde o crescimento da equipe, que o problema era material humano. Muito pelo contrário. Tirando o curto ciclo de Roberto Fernandes (e seus “reforços”), tudo era crível a que o tricolor faria mais do que fez. Para quem viu essa instituição crescer desde a campanha do Candangão de 2024, o fato, concreto e expresso, é assombroso.

“Depois da Inês morta”, como se diz, é hora de juntar os cacos. É hora de um exame de consciência. Noves fora, que se tirem noves se fizerem falta. Ou qualquer outro número. O número que importava, de restar a menos que nove, entre os quatro que sobem, não rolou. Tente novamente mais tarde, Capital, mas estaremos mais de olho do que nunca. Tenha certeza.

Narrador Esportes Brasília desde 2022; Currículo com duas Supercopas do Brasil e uma Copa do Mundo, além de extensa cobertura do futebol, futsal e basquete da capital federal; Colunista EB no Nó Tático e apresentador do Segundou Esporte Clube, às segundas-feiras.