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Nó Tático

Candangão precisa de novas páginas

O rápido e desentrosado desenrolar da primeira metade comprometeu o nível apresentado em campo

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O hábito anual de prever o Candangão como o “maior de todos os tempos” tem se criado de forma justa. Os feitos dos anos anteriores justificam sempre a crer em um crescimento real na história de cada campeonato. Isto é fato. Em 2025, um alto número de candidatos a calendário nacional e favoritos a título reforçava a expectativa que, à altura, está distante de ser uma realidade.

O Candangão é um livro, mas que nas primeiras 30 páginas (de 100, imagine-se) demora para ficar interessante. Entedia, justifica a queda gradativa de público nos estádios (da primeira rodada à última já realizadas) e decepciona. Isto se trata do que é apresentado dentro de campo, nada fora.

Sobre isto, de esforço de staff, mídias, redes sociais, apelo popular, estamos diante de uma promissora era. Estamos de frente a um movimento de alta no interesse do povo brasiliense em seu campeonato local. Tendência que ainda tem de tudo para ser maior ano trás ano. Mesmo se a presente edição fracassar.

Se bem fracasso não é a atual definição, pode ser um preocupante cenário para o que resta da segunda metade da primeira fase, bem como o mata-mata. Ainda que seja bem mais improvável do que palpável, visto que o regulamento é bem feito e, sobretudo, os elencos/times são os melhores em alguns anos. Porém, o que não anda bem é a falta de heróis, vilões, surpresas, até hecatombes em quatro rodadas.

A própria quarta rodada foi a síntese do começo do distrital. Vemos equipes cansadas pelo começo da temporada e, indiretamente, vítimas do calendário da CBF por jogarem três vezes em oito dias (ou menos) entre a segunda e quarta rodadas. Entretanto, a variedade de ideias, independente do cansaço extremo, se aponta como gênese mais lógica para vermos um Candangão mais próximo ao prospectado antes do início da competição.

Esta semana será fundamental para recarregar as pilhas. Oito equipes têm semana livre para colocar a cabeça no lugar e ajustar, com tempo e capacidade, as formas de jogar mais bem entrosados e, sobretudo, com maior repertório para tratar bem a bola. É diferente de simplesmente tê-la.

Brasiliense e Capital, que se enfrentam pela Copa Verde, terão de tentar “fazer o pit-stop com o carro andando”. Eu, Paulo, posso até ter bem uma bola, mas não sei jogar e nem tenho capacidade para jogar melhor, sinceramente. Mas os profissionais e altamente qualificados atletas do Candangão têm de tudo para fazê-lo. Esperamos e reivindicamos isto, sobretudo dentro de condições propícias para esta prática.

Narrador Esportes Brasília desde 2022; Currículo com duas Supercopas do Brasil e uma Copa do Mundo, além de extensa cobertura do futebol, futsal e basquete da capital federal; Colunista EB no Nó Tático e apresentador do Segundou Esporte Clube, às segundas-feiras.