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Nó Tático

Brasiliense tem liderança facilitada

Sorte de tabela aliada a termos de apadrinhamento dão ponta provisória, à parte do mérito do Jacaré

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Vou eu me meter em encrenca nos assuntos polêmicos do futebol candango. É preciso falar do Brasiliense. Mas não na organização, staff, elenco, continuidade de atletas e do técnico Luiz Carlos Winck… Não, não. Nada disso. Esta seara é tratada com profissionalismo e excelência pela formação amarela. Quero falar de que, mesmo com 100% de aproveitamento, o futebol não está ainda em 100%, sendo elevado a este nível com facilidades maiores do que esperava o próprio time.

Quem quiser ler como bem, entenderá que a disposição de jogadores do Brasiliense é uma das poucas do futebol do Centro-Oeste. Um elenco que, para mim, é ainda melhor em relação ao que parou no jogo do acesso contra o Retrô, na Série D do ano passado. O logro de liderança a esta altura do Candangão, entretanto, tem um toque muito mais facilitado pelo desenho do calendário, não intencional, afinal o Conselho Arbitral sorteia a tabela.

Dos 15 pontos conquistados, seis foram contra equipes sabidamente vinculadas ao empresário Luiz Estevão: Samambaia (que, apesar de vez ou outra tirar pontos, sempre oferece encontros em caráter mais amistoso do que competitivo) e Ceilandense. Este último, por questões contratuais com o próprio auribranco, não entrou em campo sem dois dos seus titulares. Trata-se de Gabriel Planta e Igor Carmino (um dos melhores jogadores do campeonato), peças fundamentais da safra das grandes revelações do futebol de base de Brasília dos últimos anos.

Claramente, perder pontos nesta classe de jogos, em outras oportunidades, levou problemas maiores ao Brasiliense. E consegui-los na atual edição não tira méritos aos bons jogadores. Apesar de que nos demais três jogos enfrentaram a candidatos ao rebaixamento, como Legião e Real Brasília, e uma formação alternativa do Ceilândia, onde a competência de João Santos em cobrança de falta deu a quarta vitória na competição.

No final das contas, o que parece crítica ao Jacaré é, justamente e na melhor das intenções, uma sinalização à audiência e aos torcedores, do quanto essa equipe é capaz de jogar mais e mais, bem como varrer o Candangão de ponta a ponta. Custar a eliminar um Capital em crise num jogo inicial da Copa Verde estranha e a manutenção ou mudança de postura, que se traduza a puro resultado com o que se pode produzir, será vista contra o Vila Nova, nas quartas de final do torneio regional.

Voltando ao cenário local, que é para lá de positivo ao Brasiliense, os pontos conquistados dão conforto e confiança que agora alentam, mas em outra altura podem ser prejudiciais. Acomodar-se não será chave para esse distrital. Outros times, como Sobradinho ou Ceilândia, foram azarados e prejudicados no sorteio da tabela, aguardando as mesmas oportunidades que a equipe amarela teve até o momento para brigar em um alto que, hoje pertence ao clube de Taguatinga, mas que raramente foi tão disputado quanto nesta ocasião.

Narrador Esportes Brasília desde 2022; Currículo com duas Supercopas do Brasil e uma Copa do Mundo, além de extensa cobertura do futebol, futsal e basquete da capital federal; Colunista EB no Nó Tático e apresentador do Segundou Esporte Clube, às segundas-feiras.