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Nó Tático

A Barra agora é outra

Classificação culposa do Ceilândia sobe o sarrafo a ponto de exigir atuação épica para sonhar com acesso

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Isto não é um manual de terror para com o torcedor do Ceilândia. Gosto eu, neste humilde espaço, de trabalhar em cima de fatos. Apenas e tão somente sob eles. O que aconteceu nesta chave de 16-avos foi uma classificação culposa do time alvinegro. A tensão da torcida no estádio Abadião, no 1×0 sobre o Água Santa, foi comparável ao confronto das oitavas de 2023, na queda ante o Caxias.

Naquela ocasião, o duelo se desenhou para pênaltis, tal qual como parecia andar contra o Netuno, no sábado (09/08). Contra os gaúchos, com mais técnica do que vontade, contra os paulistas, o revés. E contando, claro, com a sorte, uma vez que como diz meu avô, Seu Rivaldo, morador da Ceilândia em outrora, “a sorte acompanha os competentes”.

Logo, o azar seguiu a incompetência de um Água Santa que teve um jogador expulso na ida e um na volta, bem como seu goleiro, que falhou miseravelmente em uma falta batida por Tarta, que já não é o mesmo há um tempo. Ninguém queria enfrentar o Barra. Ninguém. Assim como o Sergipe não queria seu rival, mas quase tira o Santa Cruz e o Mixto, contra qualquer prognóstico, conseguiu a épica contra a Portuguesa.

Com isto, há esperança. Mas é difícil que o Barra repita a incompetência da Lusa ou do Santinha. Mesmo se o Cascavel se classificasse seria mais difícil. O nível não é o mesmo e os pontos somados pelo Gato Preto, sexto colocado na tabela geral da competição, são mais de demérito alheio do que por futebol jogado.

Estive no Abadião e uma pergunta que não me saiu da cabeça foi: “como c*****o isso vai subir?” Não tem quem me responda do que jogam Lucas Silva, Regino, Júnior Timbó e Valter Bala.

Técnicos de outros clubes que estiveram no jogo certamente saíram tontos e sem entender como, ainda com diversos pesos mortos em campo, uma utopia como o acesso à Série C mobilize tanta gente como lá esteve. E com uma entrada pessimamente organizada, com gente perdendo todo o primeiro tempo e tendo de assistir pelo celular antes de entrar às tribunas.

Repito: é o pior time do Ceilândia desde a campanha que merecia o acesso em 2023. Hoje, não merece. E a Barra agora é outra.

Narrador Esportes Brasília desde 2022; Currículo com duas Supercopas do Brasil e uma Copa do Mundo, além de extensa cobertura do futebol, futsal e basquete da capital federal; Colunista EB no Nó Tático e apresentador do Segundou Esporte Clube, às segundas-feiras.