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Não é mole, não: tem que ter cabeça pra viver o Candangão!

Estressados, dos gestores aos atletas, os atores do Candangão sofrem do desgaste que exige a vida atual, bem como o distrital

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Leia-se o título como modo de canto de torcida, daqueles de protesto. Se bem a coluna de hoje não é um protesto, mais bem um retrato da realidade presente da mente dos que fazem o campeonato distrital dentro e fora das quatro linhas. São reflexos dos responsáveis, não precisamente seus motivos, uma vez que tem sido cada vez mais difícil viver em um mundo com distâncias por diferenças, intolerâncias e diálogo reduzido.

Se a humanidade em si não passa pelo primor dos dias, imagine quem cuida de um campeonato da importância do Candangão. Essa segunda-feira não podia, talvez, ser a mais ideal para escrever sobre uma rodada completa, em si, uma vez que dois jogos são disputados na presente data. Mas, fato é que esta tendência mais alterada se dá durante o andamento da competição, independente da rodada, até agora.

O exemplo mais próximo, entretanto, toca a sétima rodada. E de um ator inesperado: o bom árbitro Luiz Paulo da Silva Aniceto. Por aplausos que sequer a ele foram direcionados, o juiz expulsou injustamente Lucas Victor, antes de sua saída para a entrada de Andrey. Constou na súmula a “ironia” de um dos melhores jogadores do Paranoá ao colegiado.

A carga sobre o mediador já vinha em um contexto complexo para a Cobra Sucuri. O pênalti acertadamente marcado no primeiro tempo, do lateral-esquerdo Lucão, levou a uma excessiva reclamação e à expulsão do técnico Klésio Borges. O Paranoá vencia o jogo. Sofrido o empate, Pereira, também desestabilizado pela expulsão do companheiro, errou no gol de Felipe Guedes, em uma das grandes falhas que ficarão para a memória da edição 50 do distrital. Vale pontuar que a “perda de cabeça” também culminou nas derrotas sofridas para Gama e Ceilândia, colocando um dos melhores times do campeonato, no presente momento, fora do G-4.

A perda de pontos pelo psicológico não afetou apenas na parte alta. O Ceilandense, por duas vezes, deixou escapar vitórias fundamentais para a permanência na elite após sair na frente contra Real Brasília e Legião, respectivamente. Quatro pontos deixados nos confrontos diretos posicionariam o Tricolor, hoje, empatado com o Sobradinho, praticamente salvo do descenso.

Em cenários como este, o discurso mais comum é o “contra tudo e contra todos”. Bem típico do palmeirense Abel Ferreira, um outro alviverde, o Gama, adota deste discurso. Isto sofrendo, custando em jogos mais simples obter o produto desejado e almejado pelos gamenses de gestão e os de coração. De efeito colateral, infelizmente, a abertura a cenas mais agressivas ante a um inexistente “anti-gamismo” simplesmente por não poder-se exigir do Gama o que lhe cabe. Não é mole, não. Tem que ter cabeça pra viver o Candangão.

Narrador Esportes Brasília desde 2022; Currículo com duas Supercopas do Brasil e uma Copa do Mundo, além de extensa cobertura do futebol, futsal e basquete da capital federal; Colunista EB no Nó Tático e apresentador do Segundou Esporte Clube, às segundas-feiras.