A lástima do dia, para mim, é que a coluna saia apenas às segundas-feiras. Nós temos que falar de Felipe Surian todos os dias dessa saga até onde ele permitir que o futebol de Brasília tenha calendário neste ano. Passa por ele.
Não é pelo time bagunçado do Botafogo, que tinha algo de organização e vivia seu melhor momento junto de Renato Paiva na temporada. O mérito, no estímulo, organização e orientação que não têm sido típicos de um treinador do perfil do futebol candango, foram diferença maior do que a sorte de Rodriguinho no chute do 1 x 0 sobre o Glorioso lá na quinta-feira (22/05) e do que a competência de Reynaldo ao salvar o Capital de um empate.
Ora, tal animação podia decair após o magro 1 x 0 de aparência sobre o Goianésia, neste domingo (26/05), ainda mais por ter sido com mero gol de pênalti de Wallace Pernambucano. Vem ainda todo um returno pela frente, onde o ânimo tem que ser aquele mesmo em que o Coruja bateu o campeão brasileiro e continental no Mané Garrincha.
E penso que, independente do desfecho, tudo passa por Felipe Surian. O técnico do Capital ainda me soa como incógnita. É um perfil jovem e bom demais para estar aqui. Assim como o tricolor parece jovem e promissor demais para estar no decadente futebol do Distrito Federal. O que será que ambos prometem?
Penso que esta saga do Campeonato Brasileiro seja justa para decifrar um horizonte diferente. É mais complexo analisar o inédito sem seus reflexos do que o previsível. Com previsível, quero dizer sobre campanhas como a do Gama de Cícero Júnior, no Candangão 2024 e do Brasiliense de Luiz Carlos Winck na Série D do ano passado, para que fique claro.
“Você não vai falar do Ceilândia, Paulo?” Não. Desculpa, mas um time que regrediu desde que voltou a ter calendário e sofre gol de Kaio Nunes sai de órbita no interesse. Se bem tem pouco mais de tamanho, se assemelha ao que o Real Brasília fez de pouco caso na Série D do ano passado.
O futuro breve do futebol de Brasília a Felipe Surian pertence.
