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Basquete

Nomes do esporte brasiliense repudiam patrocínio dado pelo BRB ao Flamengo

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O anúncio do patrocínio do Banco de Brasília ao Flamengo e à Confederação Brasileira de Basquete ainda repercute entre os amantes do esporte na capital federal.

O Cerrado Basquete, que não foi privilegiado pelo patrocínio, divulgou nota nas redes sociais não imputando ao banco estatal a não disputa da Liga Nacional de Basquete na temporada 2019/2020. A diretoria do time garantiu que chegou a obter metade do aporte necessário – avaliado em R$ 1,5 milhão.

No entanto, grandes nomes do esporte em Brasília se manifestaram contrários à estratégia adotada pelo banco para patrocinar o time carioca e a entidade nacional do basquete.

A ex-secretária de esporte e atual senadora da República, Leila Barros, revelou seu descontentamento por meio de nota encaminhada à reportagem da Esportes Brasília.

“É prematuro dizer se os critérios adotados pelo GDF e o BRB darão certo ou não. O brasiliense adora esportes e tem um enorme carinho pelos times de basquete da cidade, como o Cerrado Basquete, que se mostrou um grande clube quando não relacionou o fato de estar fora da próxima temporada do NBB ao anúncio do BRB”, ressaltou.

“Nossa cidade é celeiro de grandes esportistas do atletismo, vôlei, judô e diversas modalidades do desporto e para-desporto nacional. O fato é que nossos atletas precisam de mais apoio e a falta de patrocínio é problema antigo”, completou a medalhista olímpica.

Já o ex-jogador de basquete João José Vianna, o Pipoka, em entrevista à Rádio Alternativa FM de Planaltina, mostrou a tristeza no anúncio.

“Eu sou fruto do basquetebol. Sou nascido na cidade, militei durante 34 anos no esporte, joguei nos dois times, mas antes de mais nada, sou candango. No momento que falta dinheiro pra tudo nessa cidade, o esporte anda de pires na mão pedindo apoio para poder fazer acontecer o esporte. Vejo com profunda tristeza a decisão de apoiar o trabalho onde drenamos dinheiro para instituições que não necessitam desse aporte”, disse.

“Eu, enquanto cidadão, não consigo entender que um banco de fomento público regional, que foi criado para fomentar a cultura, o esporte e o desenvolvimento do Distrito Federal, correr atrás de instituições como CBB e Flamengo para oferecer dinheiro. Sou totalmente contra. Acho isso o fim do fim”, falou o ex-jogador.

Vale lembrar que, durante a cerimônia de assinatura dos termos de patrocínio e do protocolo de intenções, o governador Ibaneis Rocha chegou a chamar Pipoka ao palco, mas o ex-jogador não deu nenhuma declaração aos presentes.

Assinatura dos termos aconteceram nesta segunda-feira (22) no Palácio do Buriti, em Brasília – Foto: Paulo Henrique/Agência Brasília

Futebol

Segundo o presidente do BRB, Paulo Henrique, em entrevista coletiva, Brasília não tem condições de ser um grande polo para o futebol. A reportagem da EB entrou em contato com a Federação de Futebol do Distrito Federal para que pudesse manifestar-se à respeito do comentário, mas a entidade preferiu o silêncio.

Já a presidente do Minas/Icesp, Nayeri Albuquerque, disse por telefone à reportagem da EB que não vê com bons olhos a ausência do banco no patrocínio ao futebol brasiliense.

“Estou muito triste com essa decisão. Brasília tem potencial sim para o futebol e o Minas/Icesp está mostrando isso, jogando o Campeonato Brasileiro e dando visibilidade para Brasília. Acho que o banco deveria apoiar todos os projetos. Somos um time totalmente candango. Eu sou flamenguista, respeito a instituição Flamengo, mas entendo que o banco deveria apoiar as coisas da cidade”, diz Nayeri.

Em tom de desabafo, a dirigente do Minas/Icesp relata as dificuldades que os outros esportes, principalmente o futebol feminino, têm ao representar a cidade. “A gente precisa de apoio. Precisamos de socorro. Precisamos de outras entidades do governo também para nos ajudar”, finaliza.

Outro lado

A reportagem da EB também procurou a assessoria de imprensa do Banco de Brasília para que a estatal pudesse comentar as críticas feitas sobre os contratos assinados na última segunda-feira. No entanto, até o fechamento desta reportagem, o banco não respondeu aos questionamentos.

Rener Lopes é jornalista formado pela UCB. Atua na mídia esportiva desde 2006, com passagens por sete rádios, como narrador, apresentador e setorista. Tem no currículo três olimpíadas (Atenas 2004, Londres 2012 e Rio 2016), três Copas do Mundo (Brasil 2014, Rússia 2018 e Qatar 2022) e duas Copas América (Brasil 2019 e 2021).

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