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Nó Tático

Futebol: o sonho de tanta gente

Escrito em

Paulo Martins

Te pergunto: você sabe quem é o líder do Campeonato Argentino? “River? Boca? Racing? Independiente? San Lorenzo?” Não. Um pouco mais modesto. “Vélez? Estudiantes? Lanús? Newell’s? Rosario Central?” Não.

Um time sem qualquer perspectiva teórica de vencer o que seja, que só jogou uma edição de Libertadores no ano de 2017, usando camisas da seleção sub-17 da Argentina porque o voo atrasou na classificação para a fase de grupos em Quito, contra o Nacional equatoriano. Antes destas façanhas, só se ouvia raramente falar no rival de cidade: o San Martín.

Um time que tem o humilde e elegante Luís “El Pulga” Rodríguez como um de seus ídolos máximos… Quão importante foi o camisa 10 nos gramados do acanhado estádio José Martín Fierro, para menos de 20 mil pessoas, onde jogou o Palmeiras campeão brasileiro de 2016. Um time assim de simples é algo adorável (aos fã do real espírito do futebol) que seja líder e possa sair campeão.

Ontem, dia 28/8, o time vencia o Boca em plena Bombonera por 1-0, mas veio a cair a partir dos 40 minutos do segundo tempo. O time Xeneize, até então sem qualquer pretensão neste Campeonato Argentino, saltou para 26 pontos e está a sete do time ponteiro do interior.

Fato é que outros times tradicionais como Huracán ou Gimnasia de La Plata também estão no páreo, mesmo vivendo grande seca de títulos. E você pode estar me perguntando: “o que raios isso tem a ver comigo?”

Eu digo, o futebol é o sonho de tanta gente que nada tem… de gente que queria que o Ceilândia eliminasse o Botafogo, que o Tottenham batesse o Liverpool naquela final de Champions. Gente como os que choraram os campeões da Chapecoense, que teriam pela frente aquele memorável Atlético Nacional.

Gentes e gentes modestas como os torcedores do Colón, por exemplo, que deixaram meia cidade de Santa Fé vazia em 2019 pra perder a Sul-Americana frente ao Independiente Del Valle debaixo da chuva torrencial daquela tarde em Assunção do Paraguai. E que dois anos depois, no pico da pandemia, foi campeã nacional pela primeira vez na vida, fazendo metade da cidade chorar e bradar pelo Sabalero.

Aquele time tinha Pulga Rodríguez de titular, marcando cada golaço… sendo gente como a gente, que quer ser campeão nem que seja uma única vez em vida, ou em morte. Queiramos que o Atlético Tucumán seja campeão, e que os tucumanos festejem com suas deliciosas empanadas a glória máxima que desejam carregar em suas vidas, só uma vez que seja.

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