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Vôlei

Análises de uma final surpreendente em Brasília

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A hegemonia do Rio de Janeiro continua na Superliga Feminina, mas engana-se quem pensou que seria fácil. O Praia Clube de Uberlândia chegou à grande final com méritos e as duas melhores equipes na fase regular mostraram em um jogo único neste domingo (3), no Nilson Nelson, o porquê foram melhores que as demais equipes durante toda a temporada.

Mas se é para resumir o jogo em uma palavra, esta seria “emocional”. As duas equipes oscilaram muito e a equipe carioca controlou mais a situação nas horas mais importantes e, por isso, saiu de quadra com o título.

Bernardinho analisa o jogo diante do Praia: "Para ganhar muitas vezes, tem de ter maturidade" - Foto: Carlos Teixeira/Agência EB

Bernardinho analisa o jogo diante do Praia: “Para ganhar muitas vezes, tem de ter maturidade” – Foto: Carlos Teixeira/Agência EB

“Foi um jogo tenso, muito nervoso. Tecnicamente, não foi um super jogo, mas foi um jogo de muito volume, muitas trocas. Mas o emocional pesou muito. Acho que a maturidade acabou contando ao nosso favor. É normal, o hábito de tantos momentos dessa natureza. O Praia está de parabéns. Além de valorizar nossas conquistas, é um trabalho incrível. Para ganhar uma vez, é preciso talento. Para ganhar duas, talento e determinação. Para ganhar muitas vezes, tem de ter maturidade”, analisou Bernardo Rezende, técnico da equipe carioca.

A equipe do Praia Clube foi a grande surpresa da temporada. Com um investimento feito para figurar entre as grandes equipes do país, a expectativa se confirmou. O time ganhou o campeonato mineiro, e chegou a decisão da Copa do Brasil e da Superliga, ou seja, chegou às finais de todos os torneios disputados. “A temporada nossa foi praticamente perfeita, chegamos a todas as finais, um time consistente, alegre, jogando um voleibol de alto nível e a gente espera que para a próxima temporada a gente consiga montar um grupo tão forte quanto esse” ressaltou o técnico Ricardo Picinin.

Jogadora Alex (E), do Praia Clube, foi uma das destaques da partida em Brasília - Foto: Carlos Teixeira/Agência EB

Jogadora Alex (E), do Praia Clube, foi uma das destaques da partida em Brasília – Foto: Carlos Teixeira/Agência EB

Americanas pé-quente
Duas estreantes estrangeiras chamaram a atenção neste domingo. As norte americanas Alex e Thompson defenderam, respectivamente, o Praia e o Rio descobriram a força do voleibol na cultura do brasileiro. O resultado não foi o esperado pela maior pontuadora da superliga com 455 pontos e a grande revelação do torneio. “Pra ser honesta eu estou bem triste, porque nós queríamos tanto esse titulo, nós jogamos bem, mas eu estou um pouco desapontada e eu queria agradecer todo mundo que veio até porque tivemos tanto apoio e queríamos esse titulo”, comentou a ponteira Alex.

No caso de Thompson, que assistiu o jogo do banco de reservas após perder a posição para Roberta durante a fase semifinal contra Osasco, nada disso tirou a empolgação da americana depois de sagrar-se campeã na primeira temporada dela no Brasil. “A final foi incrível, tudo o que eu esperava. Um time muito bom, os fãs foram incríveis, nada foi fácil durante todo o torneio, mas o nosso time e o espirito da equipe é muito especial”, celebrou a levantadora que agora se junta à seleção americana.

Fabi (E) e Natália, dupla infalível do Rexona/Rio de Janeiro na vitória sobre o Praia Clube - Foto: Marcos Dutra/Agência EB

Fabi (E) e Natália, dupla infalível do Rexona/Rio de Janeiro na vitória sobre o Praia Clube – Foto: Marcos Dutra/Agência EB

Posição questionada
A posição de levantadora na equipe do Rio de Janeiro foi o grande questionamento durante a temporada. Isso porque, até o ano passado, a vaga era ocupada por Fofão, uma das jogadoras mais importantes da história do voleibol brasileiro. Com a aposentadoria de Fofão, abriu-se uma lacuna que nesta reta final de torneio, que foi muito bem preenchida pela jovem Roberta.

Uma das líderes da equipe, a líbero Fabi completou neste domingo a décima primeira temporada no time carioca e exaltou o momento vivido pela companheira e o espirito de grupo, característica marcante o time.

“Pelo histórico do nosso time, nunca teve uma jogadora que decidisse sozinha. É um time que joga em conjunto, se você olha o terceiro set de hoje, a virada o time acredita que pode. Quando você tira a Fofão do time, você tem que dividir a responsabilidade, porque ela era um ícone do esporte. Ver a Roberta em quadra foi muito bacana, é uma vitória pessoal dela, ela queria poder provar que pode depois de tantos anos”, celebrou a líbero bicampeã olímpica.

Com o final da Superliga, os olhos se voltam para seleção brasileira que disputa os Jogos Olímpicos Rio 2016, em agosto. Nesta segunda-feira (04), o técnico José Roberto Guimarães convoca a seleção que vai buscar o tricampeonato olímpico.

Ana Paula Freire é formada em jornalismo pela Universidade Católica de Brasília e tem na bagagem a cobertura dos Jogos Olímpicos de Londres 2012.

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