Romário disse à Del Nero: “Saia da CBF para passarmos nosso futebol a limpo”

Na tarde desta quarta-feira, no Anexo II do Senado Federal, foi realizada mais uma reunião da CPI do Futebol. O convidado foi o presidente afastado da CBF, Marco Polo Del Nero.

O Senador Romário deu a palavra à Del Nero que disse que a violência nos estádios é o maior fator de ausência de públicos nos estádios. Afirmou que chegava até a CPI com duas investigações que está sofrendo, mas que é inocente.

O Senador Romero Jucá, relator da CPI, perguntou sobre as investigações do FBI sobre a FIFA. Del Nero falou que ficou surpreso com os nomes que foram citados nas investigações. Que assumiu o COL somente em abril de 2015. Sobre verbas públicas Del Nero disse que as obras da Copa do Mundo foram feitas pelo governo federal.

Sobre empresários de jogadores, Del Nero espera que o Congresso Nacional crie um projeto de lei para regulamentar esta situação de jovens atletas. No Brasil os jovens podem trabalhar somente a partir de 14 anos. Em outros países, os jovens começam a atuar a partir de 6 ou 7 anos.

O Senador Romário partiu para cima de Del Nero perguntando se as respostas de Del Nero seriam verdadeiras. Ele afirmou que sim. Romário comentou sobre o artigo escrito por Marcus Vicente, presidente em exercício da CBF sobre a derrota para a Alemanha. Del Nero respondeu que nenhum brasileiro se sente satisfeito com a atual situação do futebol brasileiro.

Romário perguntou porquê Del Nero se licenciou da CBF. Ele respondeu: “Pedi licença para me defender. Não viajei mais com a seleção, em atendimento a orientação dos meus advogados”, disse Del Nero.

Romário indagou sobre se a CBF é uma entidade corrupta, Marco Polo Del Nero respondeu que: “Não pois a CBF tem 200 funcionários e eu os respeito. Sobre o empresário Alexandro, que é argentino, o contrato foi assinado com a Conmebol”, disse Del Nero.

Romário afirmou que: “o senhor, Marco Polo Del Nero, é uma pessoa muito mal vista no futebol brasileiro. Eu venho pedir que o senhor saía da CBF para começarmos a moralizar o futebol brasileiro”, disparou o presidente da CPI do Futebol.

O Senador Randolfe Rodrigues, do Rede, pergunto a Del Nero sobre como são definidos os locais de jogos da seleção, sobre doação de dinheiros a senhoras citadas no seu imposto de renda e se Del Nero deixou a esposa de José Maria Marin sem assistência na Suíça, quando da presidente de Marin que está detido nos Estados Unidos.

Del Nero respondeu que: “Os jogos da seleção são definidos pelo departamento de competições e departamento de seleções. Sobre valores que doei são relativos a encerramento de relacionamentos. Sobre não ajudar a esposa de Marin na Suíça, não lembro de ter prometido isso”, respondeu Del Nero.

Marco Polo Del Nero teve um problema de lapso de memória, pois não respondeu sobre negociações de uma lancha de mais de 1,5 milhões, apartamento com preço abaixo do mercado, como também de ter viajado para Bárbados, paraíso fiscal juntamente com José Maria Maria e J. Áwilla, em avião de propriedade da CBF.

Del Nero também tentou explicar sobre a negociação da Chevrolet com algumas federações, dizendo que era uma ajuda a aquelas entidades. Sobre a empresa de Kleber Leite, Del Nero disse que o departamento jurídico da CBF está reavaliando contratos com esta empresa que está sendo investigada pela justiça.

Marco Polo Del Nero afirmou que não renuncia ao cargo de presidente da CBF e que assim que provar sua inocência, voltará ao comando da entidade.

O Senador Paulo Bauer, do PSDB de Santa Catarina indagou sobre a escolha de Marcus Vicente para substituí-lo na presidência da CBF. Del Nero afirmou que: “Marcus Vicente eu o conheço desde antes de ele ser deputado federal. A escolha foi minha que achei que seria o melhor para a entidade”, disse Del Nero.

O Senador Romário perguntou se ele tem algum parente trabalhando na CBF. Del Nero respondeu que tem um filho que é diretor de arte de uma empresa que presta serviço à CBF.
A CPI do Futebol volta em 2016.

CPI destinada a investigar a CBF e o Comitê Organizador Local da Copa do Mundo da FIFA 2014 realiza audiência pública com a participação do presidente da CBF – Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado