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Futebol

Os bastidores do “Terceiro Tempo” entre Gama e Brasiliense

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Com informações do tempo real feito pelo Blogama

Marcada para iniciar às 18h desta terça-feira (21), o julgamento dos dez atletas de Gama e Brasiliense e integrantes de comissões técnicas dos dois clubes começou com o atacante Nunes sendo o primeiro a falar. Houve uma inversão a pedido do relator do processo, Vinícius Bernardes, fazendo com que o réu se manifestasse antes das testemunhas.

O atacante do jacaré explanou a respeito das acusações: “Não sou covarde para trazer pra cá o que é dito dentro de campo. As provocações ficam lá mesmo”, disse Nunes. Já o técnico do Brasiliense, Rafael Toledo, buscou defender o atacante afirmando que não houve cotovelada por parte de Nunes.

O Procurador de Justiça Desportiva do DF, Antônio Cesar, puxou as orelhas dos depoentes dizendo que as defesas estavam tentando minimizar a participação dos atletas na confusão.

Já o atacante Reinaldo, do Brasiliense, disse que os jogadores do time amarelo foram para a confusão apenas para separar, e os do Gama não. “Quando Dudu Gago fez gestos mostrando a genitália para o banco pra mim foi a atitude mais grave de provocação”.

Já Dudu Gago, do Gama, que foi citado como um dos culpados pelo tumulto declarou que em nenhum momento tem imagens dele participando do tumulto. “Eu estava com um GPS no calção. E até mostrei pro quarto árbitro. Minha esposa e minha cunhada estavam vendo o jogo. Minha mãe veio do sul assistir. Se eu fizesse isso não seria profissional. Nunca fui desleal e é a primeira vez que venho aqui no Tribunal. Provocações que houveram foram só coisas normais, é um jogo difícil”, disse o lateral gamense.

A falta de ação por parte do árbitro do jogo, Almir Camargo, em não dar cartões amarelos e vermelhos, foi salientada durante os depoimentos. O avante Raone, do Gama, falou que a intenção foi separar apenas a briga. “Passo mais tempo com meus colegas de clube do que com minha família. Se o árbitro tivesse sido mais enérgico durante a partida, não aconteceria isso”, contou.

Vinícius Bernardes foi o relator-auditor do processo envolvendo dez jogadores, atletas e comissões técnicas de Gama e Brasiliense - Foto: Sérgio Vinicius/Blogama

Vinícius Bernardes foi o relator-auditor do processo envolvendo dez jogadores, atletas e comissões técnicas de Gama e Brasiliense – Foto: Sérgio Vinicius/Blogama

O experiente ex-goleiro Guto, que agora atua como preparador de goleiros do jacaré, afirmou que foi agredido e não agrediu ninguém. “Fui agredido pelo Maringá. A arbitragem poderia ter contido alguns lances com cartão. Meu nariz sangrou, fiquei com o olho roxo e levei dura da minha mãe, porque ela viu as imagens”, acusou.

O Procurador pediu a pena máxima ao Gama pela falta de cuidados com a segurança do jogo, afirmando que o alviverde feriu os três itens do artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.

Finalizando a discussão, que durou mais de seis horas, o advogado do Gama, Wendel Lopes, defendeu que o STJD tem outra definição para a não perda de mandos de campo, usando como exemplo a confusão entre torcedores do Flamengo e Palmeiras em 2016, no estádio Mané Garrincha.

Wendel também trouxe a conhecimento dos auditores que jogadores que prestaram depoimentos, “caso peguem seis jogos de suspensão, poderia representar o encerramento das carreiras”.

Após as explanações dos envolvidos, o Tribunal decidiu pela suspensão de Nunes por seis jogos e de todos os outros acusados por três jogos. Além disso, o Gama foi multado em R$ 33 mil e perdeu cinco mandos de campo, podendo vender ingressos no outro estádio onde sediar as partidas, e o Brasiliense foi multado em R$ 11 mil. Ainda cabe recurso.

Natural de Pelotas/RS, Sérgio Porto é jornalista com passagem pelas rádios Planalto AM, Clube AM, Nossa FM, Jovem Pan Brasil e DF10, parceira da Esportes Brasília. Também atua como repórter freelancer em diversas emissoras de rádio do país.

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