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Futebol

Árbitra Leila Cruz, do DF, passa a compor quadro da Fifa

Escrito em

Leila Cruz

O ano mal começou e a árbitra Leila Naiara Cruz já teve sua primeira surpresa de 2019: se tornar, aos 30 anos, a primeira mulher da arbitragem do Distrito Federal a fazer parte do quadro de profissionais da Federação Internacional de Futebol (FIFA). Isso significa que, a partir de agora, Leila poderá ser escalada para apitar em competições internacionais, incluindo a Copa do Mundo.

“O caminho tem muitos obstáculos. Você quer desistir, mas a vida toda é feita assim. Se a gente for desistir sempre, a gente não vive.” É assim que Leila vê sua vida e sua carreira no futebol.

Leila é guerreira. Durante o curso de arbitragem em 2012, ela enfrentava mais de 50 km de Luziânia, sua cidade natal, até Brasília, onde o curso acontecia. Não importava como – ônibus, metrô, carona. O importante era chegar lá.

E para quem achou que Leila sempre quis trilhar esse caminho está bem enganado. Na verdade, ela levou um empurrãozinho do amigo Rogério Bueno, ex-árbitro da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

“Ele me viu treinando na academia e perguntou se eu queria fazer o curso. Eu disse que não, que nunca quis ser árbitra. Mas ele insistiu e me inscreveu mesmo assim.”

Para piorar, Leila conta que, quando começou o curso, tinha certeza que não era para ela. Mas ainda assim insistiu e, com mais alguns dias, o interesse e a paixão começaram a despertar. “Foi me conquistando aos poucos até que chegou o momento que eu vi que realmente conseguiria, que decidi que podia ficar”.

Após o curso, a árbitra começou a atuar em jogos do próprio sindicato e logo foi se firmando, chegando na 1ª divisão do Candangão em 2014. A partir daí, Leila não parou de crescer. Em 2015, passou a integrar o quadro da CBF, já fazendo sua estreia em dezembro daquele ano.

Quanto mais oportunidades Leila tinha, mais ela queria. “Quando você chega na CBF, você vê tantas possibilidades que não quer mais parar. Eu enxerguei a possibilidade de chegar na FIFA. A Federação, o Lopo, todos me orientaram com cursos e treinamentos. Todos foram muito importantes para esse momento”, explicou.

Raimundo Lopo, presidente do Sindicato dos Árbitros Profissionais do DF, acompanhou Leila desde a sua formação e explica o significado dessa conquista: “É a primeira vez que temos uma representação feminina. Nosso futebol não está na melhor das situações e isso sempre representa uma melhora. É um orgulho, uma conquista incrível”.

Exemplo a ser seguido
Sobre servir de exemplo para a próxima geração Leila diz: “O escudo da FIFA traz muita responsabilidade e uma delas é que vou levar a minha Federação comigo, e, além disso, ser exemplo e inspiração para as outras meninas”.

“Saber que essa minha conquista abre o horizonte de tantas outras é maravilhoso porque sou do interior do Goiás e, para muitos, chegar na FIFA é inalcançável”, completou emocionada.

Atualmente, oito brasileiras estão no quadro de árbitras da FIFA. Junto com Leila, Neuza Back (SC), Daiane Caroline Muniz dos Santos (MS) e Tatiane Sacilotti (SP) também entraram para a lista.

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