De Olho nas Olimpíadas
Nado Sincronizado: o balé aquático que vale ouro
Escrito 8 anos atrás em
Por Tânia Monteiro
Desde os Jogos Olímpicos de Los Angeles 1994 que o nado sincronizado vem encantando o público, com seu balé aquático criativo, ousado e colorido. As provas que são disputadas apenas por mulheres, realizam apresentações em duetos ou por equipes. Se comparado à outras modalidades olímpicas, o nado sincronizado é considerado um bebê.
Ao som de música, as coreografias e acrobacias são para lá de originais, prendendo a atenção do público que fica como que hipnotizado com tamanha beleza e elegância. Mais do que um esporte, o nado sincronizado é um espetáculo que combina dança, técnica, movimentos ritmados, precisão, além da graciosidade das nadadoras.
As provas por equipes são disputadas por no mínimo quatro e no máximo oito atletas. Tanto a provas dos duetos, quanto por equipes são realizadas respeitando as regras técnicas e livres, ou seja, as atletas têm que fazer duas apresentações com movimentos obrigatórios e livres e sempre dentro de um tempo oficial estabelecido.
Memória olímpica:
A Rússia domina o pódio nas últimas quatro competições. De Sidney 2000 à Londres 2012, as russas levaram o ouro para casa em todas as provas disputadas.
Um caso curioso e infeliz ocorreu por um descuido da Árbitra brasileira Ana Maria da Silveira, que ao digitar a nota da canadense Sylvie Fréchette errou a nota e com isso a atleta perdeu a medalha de ouro. Mesmo tendo admitido o erro na ocasião, o Comitê Olímpico Internacional só foi desfazer a injustiça três anos depois.
Entendendo as regras:
O tempo estabelecido para a apresentação dos duetos é de 2m20 para os movimentos obrigatórios e de 4m para os movimentos livres. Para a apresentação em equipes o tempo é de 2m50 para os obrigatórios e de 5m para os livres.
A piscina deve ter 3m de profundidade, 20m de comprimento e 30m de largura. Alguns dos nomes dos movimentos no nado sincronizado são: vertical; can can (a nadadora nada de costas e levanta uma das pernas fazendo um ângulo de 90 graus); abertura, arco e guindaste. Uma das técnicas mais difíceis de realizar durante as apresentações é a apneia (quando a atleta fica sem respirar debaixo d´água). As rotinas de treinamento chegam a 10 horas diárias durante seis dias por semana, em busca da perfeição que parece inatingível.
Uma curiosidade é que a piscina é equipada com alto falantes, para que as atletas ouçam a música até debaixo d’água.
As notas do nado sincronizado são dadas por 15 jurados que julgam o grau de dificuldade da apresentação, a sincronização e execução e, por fim, a qualidade artística. Mas, é na apresentação livre que as meninas mostram criatividade alinhada à técnica.
Seleção Brasileira de nado sincronizado
A seleção Brasileira Olímpica de Nado Sincronizado é formada por Maria Eduarda “Duda” Miccuci, Luisa Borges, Lara Teixeira, Pamela Nogueira, Maria Bruno, Maria Clara Lobo Coutinho, Beatriz Feres, Branca Feres e Lorena Molinos que tem como treinadora Maura Xavier.
Desde o dia 10 de julho a seleção treina no Centro Olímpico da Bahia e seguirá com esta rotina até o dia 20, quando volta ao Rio de Janeiro para a fase final de preparação para os Jogos Olímpicos, na Escola Naval.
A atletas brasileiras irão apresentar duas coreografias. Na equipe técnica o tema será motoqueiro com um rock bem animado. Na equipe livre o tema será o carnaval.
O nado sincronizado brasileiro conta com recursos dos Correios – Patrocinador Oficial dos Desportos Aquáticos Brasileiros – e ainda do Bradesco/Lei de Incentivo Fiscal, Lei Agnelo/Piva – Governo Federal – Ministério do Esporte, COB, Speedo e Estácio.